Em BH, peça 5 Homens e Um Segredo aborda masculinidade em cena

Ambientada no Rio de Janeiro de hoje, a peça “Cinco Homens e Um Segredo” é um retrato contundente de como o ser humano e a sociedade definem a masculinidade. A história fica em cartaz em Belo Horizonte durante os dias 31 de maio e 1º de junho, no Teatro do Centro Cultural Minas Tênis Clube, e envolve os personagens José Carlos, Luiz Orlando e Jorge Alberto, que acreditam que a característica masculina está diretamente relacionada ao tamanho do documento.

Para eles, o tamanho importa, e muito. No entanto, o grupo se encontra em uma reunião de autoajuda para indivíduos com pênis pequeno, que acontece semanalmente no porão de uma igreja católica.

Com esse cenário, as lamentações acontecem a partir da característica “pequena” em comum, o foco das reclamações do grupo, atestando que o assunto ainda é um tabu e assombra os homens, que se sentem diminuídos em sua força e virilidade.

A história ganha maiores detalhes quando um novo participante (Mário) se une aos demais e os leva a se questionarem sobre as relações do grupo e sobre seus medos e fantasmas. Para completar o enredo, o grupo foi organizado por um padre, que participa das discussões acerca da masculinidade.

À medida que os personagens se abrem, segredos são revelados e questões sobre identidade, masculinidade, sexo, relacionamentos e status social são desenvolvidas, em uma jornada que pode redefinir suas vidas.

5 homens e um segredo

Responsável pela adaptação brasileira da peça, Aloísio de Abreu explica que o tema é universal e se mantém cada vez mais atual. No entanto, não havia parado para pensar em como o tamanho do pênis pode afetar a vida de um homem.

“Sela ele imenso ou mínimo, existe uma lacuna enorme, uma grande solidão, medo da dor, da rejeição na vida daqueles homens. Além disso, os personagens são muito bem desenhados, factíveis, reais”, ressalta.

Já o diretor Alexandre Reinecke destaca que, devido ao tema, optou por uma encenação realista. “Essa peça pede realismo nas interpretações e nos figurinos. No cenário, juntamente com as criadoras, procuramos quebrar um pouco esse realismo extremo, de maneira simples, teatral. Que fugisse do cenário gabinete, mas que remetesse ao local em que se passa, que é uma igreja”, esclareceu.