De acordo com a Sondagem do Consumidor —Intenção de viagem, do Ministério do Turismo (Mtur), o desejo de viajar sozinho ou acompanhado subiu de 23,7% para 26,9% no grupo de viajantes com idades acima dos 60 em junho deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo a mesma pesquisa, cresceu a opção por viagem de avião entre os acima de 60 anos, em detrimento do automóvel e do ônibus, e também pela estadia em hotéis e pousadas (67,5%), em vez da hospedagem em casa de parentes e amigos ou em residência própria ou alugada.
Os números indicam, portanto, que o negócio de turismo para a terceira idade é promissor e que a tendência é de crescimento. Atentos à realidade do mercado, os prestadores de serviço têm moldado as suas ofertas ao estilo de vida e às necessidades desses clientes especiais. Há opções de viagens em grupos promovidas por agências de turismo e até a possibilidade de permanecer por vários meses em um país por meio de intercâmbios. E há, claro, as viagens acompanhadas por familiares, com acompanhante ou sozinho. E, para todas as possibilidades, há incentivos. Tanto das empresas, como governamentais.
Sozinho ou com amigos
Para um público especial, programas mais que especiais. Além dos roteiros, que precisam ser bem definidos, viajar com um idoso, ou mais de um, requer preparativos que fazem a viagem começar muito tempo antes da partida. É preciso levar em conta as condições de saúde e a disposição dos viajantes, o tempo do percurso e o tempo de estada. A opção de viajar com a família ou sozinho dá mais liberdade, mas há os que preferem se aventurar sozinhos ou na companhia de um grupo de amigos em excursões organizadas por agências de viagem.
Empresas especializadas têm aprimorado a oferta de serviço ao mesmo tempo em que esmiúçam as necessidades dos clientes com atendimento personalizado. Esse tratamento exclusivo é a explicação para o sucesso das excursões e o motivo pelo qual os idosos têm preferido compartilhar viagens e experiências com pessoas desconhecidas. A supervisora do setor de grupos e eventos da agência de turismo Bancobrás, Regina Vieira, explica que o programa da empresa começou em 2005 e que a procura tem crescido bastante. “De lá pra cá, a gente tem aumentado o número de saídas. No começo fazíamos uma viagem por ano, mas passamos a fazer duas, uma nacional e outra internacional”, afirma.
Regina explica que há o cuidado de nunca superlotar o passeio, para dar mais conforto e liberdade aos turistas. “Preferimos grupos pequenos, de 50 pessoas, para que tenhamos um contato maior com o participante. Assim os chamamos pelo nome, eles sabem os nossos, e podemos conversar durante a programação. Quando percebemos que uma saída está tendo muita procura, lançamos a segunda edição.” A empresa atende pessoas em todo o país, mas a maioria dos viajantes é de Brasília, com perfis que variam dos 55 até mais de 90 anos. “Temos clientes de 92 anos”, orgulha-se a supervisora.
* Estagiária sob a supervisão da editora Taís Braga
SAIBA MAIS
Modelo revogado
A Lei 10.741, de 2003, garante vaga gratuita para idosos em ônibus interestaduais desde que se adeque às regras. Se o assento determinado estiver ocupado, o idoso pagará 50% do valor da tarifa. Para conseguir o benefício, é preciso solicitá-lo com antecedência de, no mínimo, três horas antes da partida. Voltado para os idosos, o programa Viaja mais melhor idade, criado em 2007 pelo MTur, cujo objetivo era oferecer descontos em passagens e hospedagens aos participantes, foi suspenso. A explicação, segundo a assessoria do ministério, foi a “necessidade de ajustes”, mas garantiu que um novo programa será criado. “O modelo foi revogado, e está em curso um diagnóstico para a criação de um novo projeto de incentivo à viagem desse público específico.”
Enquanto não entra em vigor o programa governamental, a solução é participar de outros projeto,s como, por exemplo, os cartões de crédito da Caixa Econômica. “Os cartões turismo têm juros e anuidades entre os menores do mercado e oferecem parcelamento de compras de passagens e pacotes de viagens em até 48 vezes, além de ter um programa de pontos nas variantes Internacional, Gold e Platinum. Por exemplo, para a variante Platinum, a bonificação no programa de pontos é de 1,4 ponto para cada US$ 1 gasto e 1,8 ponto para cada U$ 1 gasto em estabelecimentos de turismo e entretenimento”, explica o superintendente nacional de cartões da Caixa, Dário Araújo.