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Estado de Minas Animais no roteiro

'Pareciam sedados': afirma mineira que visitou zoo na Argentina

Programação turística com os bichos pode atrair visitantes que admiram a fauna, mas é preciso prestar atenção à prática de tratamentos cruéis contra eles. Saiba como denunciar


 

Renata Barnabé visitou o Zoológico de Lujan, na Argentina, mas desconfiou com o comportamento dos felinos(foto: Arquivo pessoal)
Renata Barnabé visitou o Zoológico de Lujan, na Argentina, mas desconfiou com o comportamento dos felinos (foto: Arquivo pessoal)
Em 2015, Renata Bernabé, de 23 anos, viajou para Buenos Aires com a irmã e decidiu incluir o Zoológico de Luján na programação. A escolha da atração, que fica a pouco mais de 60 quilômetros da capital argentina, foi feita depois de indicações de amigos da universitária. “Chegando lá, achamos bem estranho. Dentro da jaula, os tigres e leões ficam deitados em cima de uma mesa, e se você toca neles, eles não respondem ao estímulo. Pareciam sedados. Isso me incomodou.” Na jaula dos filhotes de tigre a experiência foi um pouco diferente. “Para mim, eles não pareciam tão sedados quanto os adultos”, conta Renata.

Inaugurado em 1994, o Zoológico de Luján é uma das principais atrações turísticas próximas a Buenos Aires e, há muito tempo, se envolve em polêmicas relacionadas ao tratamento dos animais. A principal denúncia, nunca confirmada, é a de que os bichos são dopados para que se possa acariciá-los, dar alimento e tirar foto com os animais – entre elefantes, leões e tigres, filhotes e adultos. De acordo com o zoológico, a experiência dos turistas é possível por causa da criação diferente dos animais: os felinos crescem com cachorros, por exemplo, para que “imitem” a afeição dos animais domésticos com os seres humanos.

O Zoológico de Luján não foi a única atração com animais que Renata visitou. Em uma viagem para Washington, nos Estados Unidos, a estudante esteve em um café onde era possível interagir com vários gatos. “Achei muito estressante para os animais. Era uma rotatividade muito grande de pessoas. Acho que quem pensou nessa ideia não achou que seria ruim, mas temos que levar em consideração as características de cada espécie.”

Depois da visita, Renata disse que não voltaria nem indicaria os dois lugares que visitou. “Acho que não devemos incentivar esse tipo de atração turística”, completa.


Atrações com animais no roteiro 

 

 

Muitos são os turistas que incluem atrações com animais nos roteiros de viagem. Segundo relatório da organização sem fins lucrativos World Animal Protection, são mais de 4 mil viajantes por ano. Mas o que é fonte de entretenimento para os seres humanos nem sempre é positivo para o bem-estar dos animais. O mesmo relatório estima que mais de 10 milhões de pessoas compram entradas para locais que promovem turismo cruel com diversas espécies de bichos selvagens. “O turista nem sempre está ciente de que é prejudicial. A maioria escolhe ir nessas atrações por causa da admiração e do carinho com os animais”, explica Roberto Vieto, gerente de Vida Silvestre da World Animal Protection.


Para evitar atrações que praticam crueldades contra os bichinhos, o especialista alerta: “não se pode ter contato direto com o animal, shows ou momentos em que o visitante alimenta os animais”. Os bichos que participam de espetáculos, por exemplo, são treinados para agir de forma não natural. Muitas vezes, para atingir o resultado esperado os treinadores realizam práticas cruéis de castigo até que o animal aprenda.

Em outubro do ano passado, os sites de viagem TripAdvisor e Viator deixaram de vender entradas para atrações em que o turista tivesse contato direto com animais mantidos em cativeiro ou ameaçados de extinção. As atrações que continuam anunciadas nos sites – como aquários, passeios a cavalo, programas voluntários em santuários e áreas de preservação – passam a ter um selo que redireciona o usuário a um site educacional. Na página, há informações sobre pontos relevantes em relação ao bem-estar do animal e à conservação de sua espécie.

 

 

Não se cale


Ao visitar uma atração turística que não preze pelo bem-estar dos animais, é importante denunciar aos órgãos fiscalizadores. 
Maus-tratos é um dos crimes previstos no artigo 32 da Lei Federal 9.605, de 1998.

• Promotoria de Justiça do Meio Ambiente e delegacia de polícia: atos de crueldade contra animais

 

• Linha verde do Ibama: crimes e agressão ao meio ambiente. Informações: 0800-61-8080 ou linhaverde.sede@ibama.gov.br 

 

 

 


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