'Amor e Sexo' estreia ano com tom feminista e 'queima' sutiãs no palco

Fernanda Lima estreou décima temporada ao lado de Gaby Amarantos, Karol Conka e Elza Soares

por Agência Estado Diário de Pernambuco 27/01/2017 12:01

Rede Globo/Reprodução
Fernanda Lima estreia décima temporada de 'Amor e sexo'. (foto: Rede Globo/Reprodução)

A estreia da décima temporada do programa Amor e Sexo, da Globo, foi feminista. No programa veiculado na noite desta quinta-feira, 26, a apresentadora Fernanda Lima surgiu ao palco ao som da música Piranha, cantada por Karol Conka e Gaby Amarantos. Bailarinas e convidadas, por sua vez, ''queimaram'' sutiãs e pediram igualdade de gênero e respeito às mulheres.

Fernanda Lima, à frente das bailarinas, deu o tom feminista da edição logo na abertura. ''Hoje vamos falar sobre nós, mulheres, que sabemos a dor e a delícia de sermos o que somos, o que vivemos e o que sentimos'', disse. ''Vamos esclarecer conceitos, limpar rótulos e gritar que a luta por igualdade de direitos, desde a simbólica queima de sutiãs, segue firme e forte. Para quem não entendeu, vamos ser literais'', afirmou a apresentadora.

A seguir, bailarinas e convidadas passaram a jogar sutiãs em um barril que exalava fumaça, em uma alusão à famosa queima de sutiãs que ocorreu em 1968, nos Estados Unidos, quando 400 ativistas da ''Women’s Liberation Movement'' protestaram contra a exploração da imagem da mulher no Miss America, que ocorria na cidade de Atlanta.

''Eu não mereço ser estuprada'', ''eu sou mulher e meu lugar é onde eu quiser'', ''a minha roupa curta não é um convite para você'', e ''meu nome não é 'psiu'' foram algumas das frases ditas pelas mulheres do palco. O programa também fez uma homenagem à cantora Elza Soares.

 

A cantora entrou do palco da atração ovacionada pela plateia e em um trono em forma de salto alto. Fernanda Lima prestou homenagem a Elza por sua história de vida, relembrando que a cantora batalhou muito para conquistar seu espaço como uma das maiores cantoras do país.

 

O programa seguiu dedicado a números, sob o argumento de que são necessários para fomentar políticas públicas: a cada quatro minutos, uma mulher dá entrada entrada no SUS por ter sofrido violência; seis a cada dez brasileiros conhecem uma vítima; a cada 11 minutos, uma mulher é estuprada; 13 mulheres negras são assassinadas por dia; 26% das mulheres que já sofreram violência continuam com os agressores; 37% dos brasileiros acham que mulheres que se dão ao respeito não são estupradas; homicídio entre negras aumentou 54%; 70% dos estupros são praticados por desconhecidos; 85% das mulheres têm medo de ser violentadas; 497 é o número de delegacias da mulher no Brasil, menos de 10% da quantidade de municípios. ''Chega de mimimi machista. Enquanto houver desigualdade entre homens e mulheres, a luta nao pode parar'', concluiu a apresentadora. 

 

Ícone do feminismo, Elza Soares encerrou o Amor e sexo cantando a icônica Maria de Vila Matilde (Porque Se a da Penha É Brava, Imagine a da Vila Matilde) entoando a empoderada letra: ''Cadê meu celular?/Eu vou ligar pro 180/Vou entregar teu nome/ E explicar meu endereço/Aqui você não entra mais/Eu digo que não te conheço/E jogo água fervendo se você se aventurar'', canção contra a violência doméstica integrante do premiado disco A mulher do fim do mundo, lançado em 2015. 

 

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