Vida de artista

ALBERTO PIZZOLI/AFP
ALBERTO PIZZOLI/AFP (foto: ALBERTO PIZZOLI/AFP)
Jenny Vaughan; France Presse -
Aos 73 anos, a deusa do cinema francês Catherine Deneuve anda muito ocupada. Atua, recebe prêmios, envolve-se em causas sociais. E não se irrita com o envelhecimento. Depois de ter trabalhado por mais de cinco décadas, ela afirma se sentir feliz por continuar ativa na Europa, onde as atrizes mais velhas enfrentam menos discriminação que suas colegas em Hollywood.

“Há um desafio muito grande nos Estados Unidos quando se trata de envelhecimento, especialmente para os atores e atrizes”, afirmou durante sua visita a Hanói, onde participou da apresentação da versão restaurada digitalmente do filme Indochina, no qual atuou, em 1992. O longa de Régis Wargnier foi rodado no Vietnã, ex-colônia francesa.

“Não estou dizendo que seja fácil na Europa, mas ali aceitamos com mais facilidade fazer filmes com mulheres que ocupem papéis de protagonista aos 40, 45 ou 50 anos, o que ainda é muito raro nos Estados Unidos”, afirmou.

Deneuve já atuou em mais de 100 filmes, incluindo o papel de uma vampira bissexual em Fome de viver, com David Bowie, e de uma prostituta de luxo em A bela da tarde. Atualmente, continua rompendo os limites de gênero em uma indústria que se caracteriza por marginalizar as atrizes a partir de certa idade.

PRESSÃO “É preciso tentar envelhecer o mais graciosamente possível, sem ficar obcecada com sua própria imagem. Há muita pressão para fazer isso, e os atores podem facilmente cair na armadilha de pensar apenas nisso”, acrescentou.

Deneuve não parece querer parar depois de meio século de trabalho. Atua em um filme que sairá em breve, Bonne pomme, com Gerard Depardieu, e recentemente foi reconhecida com os prêmios Lumière na França. Dedicou-o aos agricultores de seu país.

Em Indochina, Deneuve vive uma mulher que administra uma plantação de árvores e que vive com sua filha adotiva. O longa foi a última produção francesa a vencer um Oscar de melhor filme estrangeiro, em 1993. Deneuve foi indicada por seu papel nos prêmios americanos e ganhou um segundo Cesar, o Oscar francês, como melhor atriz. O sucesso do filme confere a ele um lugar especial na filmografia da atriz.

Acompanhar um filme até o Oscar e em todos os países é muito forte e algo bastante incomum para uma atriz”, afirmou. 

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