Veja dicas para escolher a ração que mais se adequa ao perfil do seu pet

Além de indicações por raça e idade, há alimentos diet e light, que o ajudarão o bichinho a manter o peso se o veterinário julgar necessário

por Revista do CB 09/07/2016 10:00
Arquivo Pessoal
A gatinha Nina sofre de obesidade e já chegou a pesar 14kg (foto: Arquivo Pessoal )
Na hora de alimentar seu pet, todo cuidado é pouco. Muitas vezes, por falta de conhecimento ou por descuido, os bichinhos começam a engordar mais do que o esperado, e é nesse momento que entra o uso da ração light ou diet. Para saber qual tipo é ideal para o seu pet, o ponto principal é entender que a ração light pode ser usada por tempo indeterminado, enquanto a diet exige muita precaução.

O shi tzu Chuck, de quase 2 anos, estava pesando 10kg, quando o normal para a raça varia entre 4kg e 8kg. Em uma visita ao veterinário, a gestora financeira Michelle Santiago, dona do cãozinho, foi orientada a alimentá-lo com ração light, para que ele pudesse entrar em forma novamente. “O veterinário disse que ele estava acima do peso, e que é importante não permitir que o Chuck engorde demais.” A ração escolhida tem mais fibras, o que proporciona uma sensação de saciedade ao animal.

O médico veterinário Brummel Oliver explica que a ração light é recomendada para animais com sobrepeso, mas seu uso pode ser preventivo. “Tanto a ração light quanto a diet oferecem ingredientes mais selecionados, com menos gordura e carboidrato, e mais proteínas”, esclarece. Essa quantidade extra de proteínas é importante para fortalecer a massa muscular do bichinho. Se necessário, a mascote pode comer ração light para o resto da vida, sem problemas.

Com a ração diet é diferente. “Se o animal a comer por muito tempo, ou em maior quantidade do que é indicado, ele pode ficar desnutrido. Além disso, o excesso de proteínas pode ocasionar à falência dos rins”, acrescenta Brummel Oliver. Há dois anos e meio, a gatinha Nina, 5 anos, começou a se alimentar de ração diet para gatos obesos. No começo, deu resultado, mas depois estabilizou. A gatinha pesava 14kg e agora tem 12kg. “Ela emagreceu muito pouco. Quando o gato está obeso, ele se torna muito sedentário e isso dificulta as coisas. A gente tenta fazer exercícios com ela sempre que pode”, conta a dona da felina, a estudante Ana Carolina Dias.

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Devido ao seu sobrepeso, Chuck começou a se alimentar somente com ração light (foto: Arquivo Pessoal )
É o mesmo caso das labradoras Aika e Jaya, que passaram um bom tempo de suas vidas comendo ração diet. Elas faleceram aos 13 anos, de velhice. A dona, Lisiane Prates, relata que, desde os 8 anos, por excesso de peso e pela tendência da raça a engordar, o veterinário indicou que as cadelas passassem a comer somente ração diet. A duplinha chegou a pesar 44kg antes da nova rotina alimentar, quando o ideal seriam 32kg, no máximo. “No começo, elas perderam peso, mas é importante saber a quantidade exata. Teve um momento em que elas pararam de emagrecer, porque comiam de forma errada.” Depois que as duas cadelas começaram a comer ração diet, elas não mudaram mais para outro tipo de ração, pois não conseguiram atingir o peso esperado.

Para prevenir o sobrepeso e a obesidade em cães e gatos, alguns cuidados podem ser tomados. Por exemplo, evitar o excesso de petiscos. Eles não devem passar de 10% da quantidade calórica diária, de modo que devem ser oferecidos apenas como recompensa por algo especial. Outro ponto é saber a quantidade certa de alimento para dar ao pet. Para isso, siga as recomendações de consumo indicadas na embalagem. Quando os animais são castrados, uma atenção extra deve ser dada à alimentação — após o procedimento, aumenta muito a tendência engordar.

Existem ainda opções que atendem a diferentes necessidades — por exemplo, alimentos exclusivos para cães e gatos com problemas no fígado. Geralmente, são alimentos enriquecidos com proteína de soja, zinco e cobre reduzidos, de modo a reduzir os danos hepáticos. Em hipótese alguma, mude o “menu” do melhor amigo por conta própria. É essencial consultar um especialista que possa identificar o problema e, então, apontar a dieta mais adequada.

No mercado pet, há algumas rações que são específicas para certas raças. O veterinário Brummel Oliver ressalta que elas são boas para prevenir doenças comuns das raças. Para os pugs, por exemplo, existem rações que levam em consideração a mandíbula braquicefálica da raça, facilitando a mastigação. Mais específica, essa abordagem tende a melhorar a pelagem e proporcionar a manutenção do peso. Os gatos não ficam de fora: existem até rações que “amolecem” o pelo dos bichanos para facilitar a excreção da famosa bola de pelos. Sobretudo para quem mora em apartamento, é interessante ressaltar que existem rações especiais com poder de reduzir o odor das fezes.

Por fim, lembre-se de que as rações costumam ser classificadas por faixa etária. Filhotes precisam de mais proteína para se desenvolverem. Por volta dos 45 dias de vida, eles devem largar o leite e começar a comer a ração até atingirem a maturidade, que pode variar entre os 15 (em raças grandes e gigantes) e os 12 meses (raças pequenas). O mesmo serve para os animais idosos. No caso, a comida adequada para essa idade deve conter menos proteína (para não afetar os rins) e mais vitaminas e minerais específicos para ajudar a manter a saúde do sistema nervoso. Normalmente, os pets atingem essa categoria entre os 8 e os 13 anos de idade, a depender da raça.