Parto normal depois de cesariana: Mariana Ferrão faz desabafo no Facebook

"Perdi a conta de quantas vezes me disseram que eu não poderia ter um parto normal", escreveu a apresentadora do programa Bem-Estar, na TV Globo

por Redação 27/02/2016 10:22
Reprodução Instagram / Mariana Ferrão
"Era um sonho. Me preparei pra ele. Me conectei com meu corpo, com meu filho" - Mariana Ferrão fala sobre a vontade de ter um parto normal (foto: Reprodução Instagram / Mariana Ferrão )
Nesta sexta-feira (26/02), a apresentadora do programa Bem-Estar, da TV Globo, Mariana Ferrão, usou seu perfil no Facebook para desabafar sobre o cenário do excesso de cesarianas sem indicação que fazem do Brasil o campeão mundial nesse tipo de procedimento e relatar a realização de um sonho: parir seu segundo filho. “Perdi a conta de quantas vezes me disseram que eu não poderia ter um parto normal. ‘O primeiro foi normal?’ Não, foi cesárea. ‘Ah, então o segundo também vai ser’. ‘Por que você não marca logo?’”, escreveu a jornalista.

Mariana Ferrão que já é mãe de Miguel, de 2 anos, deu à luz a João, nesta quinta-feira (25/02). A notícia foi anunciada por Fernando Rocha, que divide a apresentação do programa com ela. "Foi de parto normal, como a Mari queria", disse ele.

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Chamado tecnicamente de VBAC (Vaginal Birth After Cesarean ou Parto Vaginal Depois de Cesárea, em tradução livre), ainda é comum que, no Brasil, os profissionais de saúde não recomendem o parto normal depois de uma cesariana com o argumento do risco de ruptura uterina em razão do corte da cirurgia anterior. No entanto, esse risco varia entre 0,5% e 1%. “Quantos médicos que foram ao programa e me disseram a mesma coisa! No final, cansei de ser sincera. Já estava falando para todo mundo que o Miguel tinha nascido de parto normal também. Era a única forma de as pessoas concordarem que o João ia ser assim e pararem de dar palpite sobre meu parto”, relatou a apresentadora.

Mais da metade dos bebês brasileiros vêm ao mundo de cesariana. Na rede privada, o índice de cesariana é de 84,6% frente a uma recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) de apenas 15%, o Ministério da Saúde (MS). Também somos o país com uma taxa de prematuridade de 12,5%, o que no coloca em décimo lugar em ranking mundial, que nos coloca no mesmo patamar dos países de baixa renda.

Informação é o primeiro passo para uma boa experiência no parto

No texto, Mariana Ferrão também explicou por que queria tanto um parto normal. “Para viver a experiência, para o João poder escolher a hora de vir ao mundo, para estar mais pronto pra esta dura experiência da vida, para ter uma recuperação mais rápida e poder amamentar sem sentir dor no corte, para me sentir forte, para poder pegar o Miguel no colo logo, para entender o poder transformador do parto, para entrar em contato com algo primitivo, feminino, para vencer a dor, para conhecer a dor, para descobrir o meu corpo, os meus limites, para experimentar, para ter uma lembrança diferente da primeira, para o meu corte da cesárea não abrir de novo, para eu sentir menos dor no pós-parto, para poder dizer que consegui, para ser lindo como foi”.

Veja na íntegra:

Perdi a conta de quantas vezes me disseram que eu não poderia ter um parto normal...." O primeiro foi normal?" Não, foi...

Publicado por Mariana Ferrão em Sexta, 26 de fevereiro de 2016