Boato difundido nas redes sociais sobre zika vírus é desmentido pela Fiocruz

Mensagem afirma que crianças de até 7 anos que forem picadas pelo mosquito contaminado pelo zika vírus vão desenvolver problemas neurológicos graves

por Carolina Mansur 02/02/2016 11:25
O aumento de casos de microcefalia no país, que pode estar ligado ao surto de zika vírus, foi o gatilho para que uma série de boatos se espalhassem pela internet. Entre eles, um áudio que vem sendo compartilhado no WhatsApp há mais de um mês, mas é desmentido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Nele, um homem que se diz da área de saúde e afirma participar de grupos de médicos que discutem a situação do zika no Brasil e que incluiria um especialista da Fiocruz do Rio de Janeiro, alerta para os cuidados com crianças já nascidas de até sete anos. No áudio, o suposto médico afirma que meninos e meninas  poderiam “sofrer alterações neurológicas” ao serem picadas pelo mosquito Aedes aegypti e serem contaminadas pelo zika vírus. “Não é só em grávidas que dá alteração neurológica. A recomendação é passar repelente nas crianças. Consulte o seu pediatra e veja qual repelente ele pode usar”, dizia a mensagem.

A mensagem ainda vai além e garante que o governo não estaria divulgando a informação porque precisaria de “ter casuística maior para para alarmar a população”. “Pelo que estou escutando em outros grupos a coisa vai se alastrar e para virar epidemia não precisa de muito. Tome cuidado e cuide das crianças. A classe médica está toda preocupada”, finaliza a mensagem.

Infectologista e diretor da Fiocruz Mato Grosso do Sul, Rivaldo Venâncio nega que o vírus zika esteja causando problemas neurólogicos em crianças de até sete anos de idade, como tem sido disseminado e o especialista afirma se tratar de um “áudio de conteúdo inverídico”.