Pés: veja como evitar o ressecamento, aparecimento de bolhas e proliferação de micoses

Todo cuidado é pouco para manter os pés longe dos problemas típicos do verão

Ludymilla Sá 22/01/2016 15:00
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Expostos, os pés podem sofrer com os problemas típicos do verão (foto: Reprodução Internet)
A estação mais quente do ano chegou e é praticamente impossível usar sapatos fechados nesse calor que bate recordes de temperatura. Ainda mais com meias! No verão, a tendência é usar sandálias rasteiras e chinelos. Andar descalço, em certos lugares e ocasiões, chega a ser lei. Mas, expostos, os pés podem sofrer com os problemas típicos do verão, como ressecamento, aparecimento de bolhas e proliferação de micoses. Nesse sentido, todo cuidado é pouco nesta época, dizem especialistas.

O agravamento desses problemas pode ocasionar fissuras nos pés e até sangrar, formando uma porta de entrada para bactérias, além de causar muita dor. Segundo Magnum Braz Silva Queiroz, podólogo e professor do Instituto Educacional e Clínica São Camilo, para não correr esse risco, os pés precisam estar sempre muito bem hidratados no verão.
O profissional explica que a hidratação tem de ser endógena (de dentro para fora) e exógena (de fora para dentro). “Como estamos no verão, a pele tem tendência de ficar cada vez mais ressecada. Por isso, é importante se preocupar com a hidratação. Inicialmente, é preciso beber muita água e sucos naturais. Depois, tem de se preocupar com o uso de cremes específicos, porque a pele dos pés é mais espessa.”

Além do aparecimento das fissuras, há ainda a possibilidade do aparecimento das calosidades. “Alguns calçados que são usados nesta época favorecem o aparecimento dos calos. Quando isso ocorre, é necessário avaliação de um médico ou de um podólogo para definir a causa e tratar o problema da melhor forma.”

A princípio, segundo Magnum, o uso do calçado que causa o atrito deve ser suspenso. “Esse é o ponto principal. A pessoa tem de detectar o sapato que provocou a calosidade e parar de usar. Depois, deve buscar ajuda de um profissional para verificar qual será o tratamento mais adequado.”

Em todos os casos, o acompanhamento podológico é fundamental. “É o profissional capacitado quem vai checar a causa das rachaduras, por exemplo, a fim de detectar se elas são resultado apenas da falta de hidratação ou de patologias como diabetes, hipertensão, problemas vasculares, obesidade e até mesmo de cardiopatias.”
O aparecimento de micoses também é comum no verão. Elas podem ser adquiridas na areia da praia, em piscinas, vestiários dos clubes e saunas. O tratamento dessas doenças requer tempo. Sendo assim, o melhor, de acordo com o professor, é prevenir.

A micose pode piorar com o tempo e ainda abrir caminho para outras doenças, pois deixa a área afetada bastante frágil e com baixa imunidade. “Micoses são comuns no verão, são provocadas pelos fungos, que gostam de ambientes quentes e úmidos. Quando a gente vai ao clube, por exemplo, fica com os pés constantemente úmidos. Então, alguns cuidados devem ser tomados. Nunca devemos entrar na sauna, por exemplo, sem chinelo. E ainda tomar cuidado ao sentar nos degraus para não pegar micose na virilha.”

FRIEIRA

Segundo o especialista, a micose mais comum é a interdigital, a famosa frieira. “Ela é ocasionada pelo calor excessivo e pela umidade dos pés. Para eliminá-la, é só lavar o local com um sabonete antisséptico e enxugar bem entre os dedos.”

Magnum acrescenta que nunca se deve usar pomadas para esse tipo de micose. “O erro das pessoas é passar pomadas, que deixam o ambiente ainda mais úmido, piorando a situação. Se for necessário, o recomendado é o uso de soluções à base de álcool, aerossol... de líquidos que vão secar o local. Há aerossóis antifúngicos específicos.”
Há ainda a micose plantar, que surge debaixo dos pés. “Nesse caso, utiliza-se um creme antifúngico. Não pode ser um creme comum, porque ele vai alimentar os fungos”, explica o profissional.

As micoses das unhas, conhecidas como onicomicoses, também podem surgir no verão. “A melhor solução para o tratamento desse problema é à base de esmalte ou aquosas. O remédio vai penetrar melhor. Óleos essenciais também, porque são puros e de fácil penetração. Um exemplo é o óleo de malaleuca, antifúngico potente, que mata uma grande gama de fungos.”

O especialista afirma, ainda, que os famosos escalda-pés devem ser evitados quando as pessoas são portadoras de doenças de base, como a diabetes. “Depende do paciente e da indicação. O escalda-pés não é indicado para qualquer pessoa. Pode ser feito por profissional habilitado para promover o relaxamento dos pés, mas nunca para quem tem doença de base.”