Ir ao trabalho de transporte público é melhor para a saúde

Surpreendentemente, segundo estudo apresentado na 'American Heart Association' pegar o ônibus ou trem seria melhor para hipertensão e diabetes do que fazer a viagem a pé ou de bicicleta diariamente

por AFP - Agence France-Presse 09/11/2015 15:30
Beto Novaes/EM/D.A Press
Estudo foi conduzido no Japão, mas será que resultado vale para o Brasil? Na foto, composição do metrô de BH (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Tomar o transporte público para chegar ao trabalho não só beneficia o meio ambiente, mas também é aparentemente melhor do que caminhar ou andar de bicicleta para reduzir o risco de doenças cardiovasculares, o sobrepeso e o diabetes - segundo um estudo japonês publicado neste domingo (08/11) nos Estados Unidos.

A pesquisa, apresentada na conferência anual da American Heart Association neste fim de semana em Orlando (Flórida), compara pessoas que usam diariamente ônibus, trem ou ambos para ir ao trabalho e aqueles que o fazem de carro, a pé ou de bicicleta. Eles também levaram em conta outros fatores, como idade, sexo e até mesmo o ato de fumar.

Os pesquisadores concluíram que os indivíduos que tomam transporte público reduziram em 27% o risco de hipertensão e em 34% de diabetes em comparação com os outros grupos.

Surpreendentemente, pegar o ônibus ou trem seria melhor para hipertensão e diabetes do que fazer o trajeto a pé ou de bicicleta diariamente. "O público deve considerar o transporte público em vez do carro como parte de uma atividade física regular", afirma Hisako Tsuji, diretora do Centro de Serviços de Saúde Moriguchi, em Osaka. Segundo a pesquisadora, "pode ser útil para os médicos receitar a seus pacientes uma maneira diferente de ir para o trabalho".

O estudo
Mais de 5.900 pessoas com idade entre 49 e 54 anos, em média, participaram do estudo em 2012, em Osaka. Eles responderam a um questionário sobre sua atividade física e como eles estavam indo para o trabalho.

A maioria dos que recorreram ao carro para chegar ao trabalho foram homens, enquanto mais mulheres escolheram o transporte público, caminhar ou andar de bicicleta.

No entanto, a médica Tsuji sublinha o fato de que os participantes deste estudo foram apenas japoneses o que, dessa forma, limita o alcance da medida, já que a população japonesa sofre menos excesso de peso do que a norte-americana, por exemplo. E a "atividade física poderia ser mais eficaz para reduzir a diabetes entre os japoneses que nas populações ocidentais", aponta.