Portal feito por mães está entre iniciativas que ajudam a melhorar o mundo

O site 'Cientista Que Virou Mãe' é um dos seis finalistas do Social Good Brasil Lab, um laboratório que ajuda a viabilizar projetos que usam as tecnologias e novas mídias para transformar o mundo

por Redação 08/11/2015 09:20
Arquivo Pessoal
Nani Fauser e Ligia Moreiras Sena se uniram para transformar o blog 'Cientista Que Virou Mãe' em uma plataforma que reúne mais de 30 escritoras, todas mulheres e mães (foto: Arquivo Pessoal )
Se você é mãe e tem perfil em alguma rede social certamente já se deparou com algum texto de Ligia Moreiras Sena, 37 anos. A mãe de Clara, 5, é conhecida por ser uma voz qualificada e acessível no ambiente virtual quando o assunto é infância, direito das crianças, maternidade, feminismo e parto. Ela é a autora do blog Cientista Que Virou Mãe (CQVM) e, quando se apresenta, gosta de ressaltar que a chegada de sua filha mudou sua vida por completo. A bióloga, que é mestre e doutora em Ciências e doutoranda em Saúde Coletiva, acredita que a maternidade pode trazer às mulheres motivação para o empoderamento, a emancipação e a autonomia.

O blog, que começou há cinco anos como um simples compartilhamento das descobertas de Ligia como mãe de primeira viagem, foi se consolidando como um espaço onde as mulheres encontravam não apenas informação qualificada, mas também de acolhimento e troca de experiências umas com as outras. Só que o projeto particular foi ganhando força - hoje já são mais de 73 mil seguidores em sua fanpage no Facebook – para se transformar em um portal de informação produzida exclusivamente por mulheres-mães. O projeto reúne mais de 30 escritoras já habituadas a escrever sobre maternidade e infância.

A ideia de transformar o blog em um portal de informação produzido exclusivamente por mulheres brotou de uma amizade na internet. Em 2009, Nani Feuser era uma aluna de mestrado grávida e cheia de dúvidas. Ela encontrou na internet o blog que Ligia escrevia e de, um contato por e-mail, as duas são atualmente sócias. “Mandei um e-mail para ela pedindo que ela não achasse uma loucura uma pessoa que nunca a viu querendo lhe enviar presentes. Disse que as reflexões dela me faziam muito bem, que minha filha já tinha nascido e que como todo bebê perdia roupinhas algumas sem nunca ter usado, eu queria com muito carinho que essas roupas fossem da Clara. Ela me respondeu prontamente e muito gentil disse que não me achava louca e pelo contrário queria muito que eu participasse do chá de bebê dela”, conta Nani.

A partir dessa união, o Cientista Que Virou Mãe ganhou ainda mais força e é um dos finalistas do Social Good Brasil Lab (SCBLab), um laboratório que ajuda a viabilizar projetos que usam as tecnologias e novas mídias para melhorar o mundo. Para a idealizadora do CQVM, estar no SGBLab é uma experiência rica e gratificante: “Durante esse tempo nós tivemos contato com iniciativas de diversos setores: ambiental, social, político, de saúde. Todos buscando alguma maneira de promover mudanças e gerar impactos sociais”, aponta Ligia.

Nos dias 12 e 13 de novembro, o Social Good Brasil irá promover o seminário ‘CROWD2CROWD: inovação de muitos para muitos’. Durante o evento serão apresentadas as seis iniciativas finalistas que devem ser votadas pelo público presente e online. As três primeiras colocadas receberão um prêmio em dinheiro para realizar o investimento inicial em seus projetos.

Divulgação
(foto: Divulgação )
O novo CQVM
Ligia diz que a ideia do novo CQVM é produzir informação de qualidade sobre maternidade e infância através um prisma diferenciado e não mercadológico. “As escritoras que integram a nova plataforma já escrevem em blogs, em portais ou mesmo em seus perfis pessoais sem qualquer remuneração e acabam parando de escrever para gerar renda. Além disso, valorizamos o conhecimento feminino e achamos que, para produzir informação sobre mulheres e maternidade, é preciso conhecer de perto tudo isso. Mulheres-mães sabem fazer isso”, salienta.

Na nova plataforma, os textos são produzidos ou por demanda espontânea das próprias escritoras e colaboradoras ou por solicitação das leitoras. Para a proposta de crowdfunding, são apresentados o título do texto e um resumo informativo do que ele irá tratar. As leitoras escolhem aqueles que as interessam e os financiam com o valor que quiserem. Cada texto tem um valor mínimo para publicação, que contempla o pagamento da escritora e a manutenção da plataforma. Atingido o valor mínimo, o material é enviado por e-mail para as apoiadoras e publicado no CQVM para acesso público. Clique aqui e conheça os temas que estão recebendo financiamento.