Na obra, o autor assegura que qualquer pessoa pode ser feliz nas relações afetivas e mostra como os relacionamentos podem se tornar amorosos, saudáveis e construtivos, apresentando elementos para ajudar na descoberta interior dos sentidos e formas de amar. “A fonte dessa felicidade está dentro de cada um, e não na ideia de que um parceiro amoroso poderá atender todas as nossas expectativas. A relação afetiva-sexual, núcleo da família, é a base para a construção de uma nova sociedade”, garante.
Para o mestre, o antagonismo entre a espiritualidade e o sexo é um equívoco que vem se perpetuando há milênios. “A espiritualidade engloba tudo, inclusive o aspecto sexual da existência humana. O ser humano precisa estar em harmonia com todas as suas esferas, entre elas, a sexual, para se autorrealizar”, sustenta. Na visão do mestre espiritual, diante de constantes repetições negativas, o ser humano acabou desenvolvendo uma certa resistência aos relacionamentos afetivos. “São tantas as frustrações, tantas vezes as pessoas caem no mesmo buraco, rejeitando ou sendo rejeitadas, que acabam perdendo as esperanças”, justifica.
Ele chama a atenção para a diferença entre escolher ficar sozinho por um tempo para realmente se encontrar e aprender a lidar com o mundo e a fuga para a solidão. “Uma coisa é escolher ficar sozinho por um tempo, como uma espécie de medicina para se fortalecer, outra é se isolar por medo de se machucar”, pondera.
CRENÇAS
O caminho para construir relações amorosas que não machucam é o autoconhecimento, explica Prem Baba. “Só assim teremos a oportunidade de conhecer as nossas limitações, de encarar nosso desejo de que o outro seja um escravo, obrigado a atender todas as nossas expectativas, de compreender que estamos equivocados até mesmo com o que acreditamos ser o amor, que pode ser confundido com o egoísmo”, afirma.
O caminho para alcançar essa meta, de acordo com ele, é um processo profundo e delicado de purificação da natureza interior. “Quando estamos disponíveis para olhar as nossas falhas, podemos reconhecê-las e estabelecer uma relação de causa e efeito. Assim, abrimos a possibilidade de mudança de nossa cultura interior. É preciso reconhecer as crenças limitantes que geram sofrimento nas relações para abrir mão dessas mesmas crenças”, ensina.
Isso quer dizer que, se você acredita que é vítima e não pode fazer nada a respeito, mas compreende que, dessa forma, está se dizendo não, será capaz de se dizer sim. “Se uma pessoa acredita que é uma vítima desse ‘não’, será sempre vítima. Mas, quando você identifica que está exatamente onde se coloca, você realmente pode escolher estar em outro lugar”, alerta o líder espiritual brasileiro. É por isso, afirma, que o autoconhecimento é a chave para as relações amorosas. O caminho, indica, é amar e dar liberdade, inclusive para que o outro não ame você, se não quiser – ou não puder. “Normalmente, não permitimos que o outro não nos ame.
Usamos todo o nosso repertório, inteligência e capacidade para obrigá-lo a atender nossas expectativas e assim desenvolvemos possessividade, ciúmes e controle”, observa. Para o mestre, só a liberdade possibilita que o ser humano experimente o céu na terra. Isso inclui respeito e confiança em si mesmo, e, por outro lado, influencia (beneficamente) toda a sociedade.
De bem com a vida
Nesta terça, às 19h, na Livraria Leitura do Shopping Cidade (Rua Rio de Janeiro, 910), Sri Prem Baba lança o livro Amar e ser livre – As bases de uma nova sociedade. Cinco dias depois, no dia 28, ele participa da 8ª edição do Festival Internacional Andando de Bem com a Vida, a partir das 10h, na Praça da Liberdade. O evento contará com shows, palestras, dinâmicas e workshops gratuitos.