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Segundo a especialista, animais tratados à base de alopatia enfrentam um envelhecimento problemático, repleto de males crônicos. “Geralmente, o uso de medicamentos melhora a situação momentânea, mas piora a longo prazo. Por exemplo, a fluoxetina (tipo de antidepressivo) pode causar problema cardíaco. E o remédio para o coração é diurético, ou seja, tende a acarretar problemas renais”, argumenta. “Isso não acontece com a homeopatia”, garante a veterinária, adepta da medicina complementar desde 2005.
Cecília Maria Rodrigues Tavares é veterinária especialista em diversas modalidades de medicina complementar chinesa (acupuntura, fitoterapia chinesa, guasha e moxabustão), e faz uso das técnicas há 25 anos. “Muitas pessoas só recorrem quando já não há mais o que ser feito pela medicina convencional”, reconhece. A profissional, porém, garante que qualquer patologia pode ser tratada a partir dos princípios chineses. E, quando não há cura, ao menos consegue-se dar mais qualidade de vida ao bichinho.
“Nas patologias em que o animal não responde bem aos medicamentos, a acupuntura faz com que o organismo ‘respire’ e tenha condições de responder”, detalha Cecília Maria. Animais que passam por procedimentos delicados, como quimioterapia, podem ter na medicina complementar um alívio dos fortes efeitos colaterais. Para organismos saudáveis, também há vantagens. Segundo a médica, a medicina complementar chinesa combate a fadiga, o estresse e o envelhecimento.
Simone Bandeira, presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Distrito Federal (CRMV-DF), explica que a maioria das modalidades da medicina complementar são terapias reconhecidas e, acima de tudo, validadas pela prática. “Os donos se preocupam mais com a saúde do animal do que com que tipo de terapia foi usada para obtê-la”, completa. “Não faz sentido um cachorro com problema de pele usar corticoide e ter um problema hepático por conta disso”, exemplifica.
Desde que nasceu, há um ano, a gata Pipoca é tratada a partir dos preceitos da medicina complementar. A dona da felina, a psicóloga e terapeuta bodytalk Ingla Cunha Faulstich, 32 anos, diz que a homeopatia e os florais de Bach são sempre a primeira opção. Foi uma escolha natural, já que ela própria evita medicamentos. “Eu e meu marido vimos que não faria sentido a gente se tratar de forma natural e levar a gata direto para a alopatia.”
Ingla já teve vários animais, mas Pipoca é a primeira a se tratar fora dos consultórios convencionais. “A maioria dos veterinários queria logo entrar com medicamentos pesados ou mesmo com cirurgia”, lembra. “Sempre procurei profissionais adeptos de outro tipo de medicina, mas existe uma carência de profissionais.” Para Ingla, a melhor recompensa é perceber que, mesmo quando adoece, o organismo de Pipoca consegue se recuperar com rapidez. “Os animais são muito sensíveis e não têm a crença de que aquilo pode não funcionar. Por isso, quando as terapias atuam, o fazem de forma muito rápida e harmônica”, analisa.
Glossário de terapias
- Auriculoterapia
Derivada da acupuntura, a técnica consiste em inserir agulhas em pontos da orelha que correspondem a órgãos.
- Eletroacupuntura
As agulhas da acupuntura recebem pequenos estímulos elétricos, cujos efeitos são terapêuticos.
- Moxabustão
Na técnica, é feito o aquecimento dos pontos da acupuntura a partir da queima da planta Artemisia vulgaris.
- Acuinjeção e hemopuntura
Injeção de diferentes medicamentos e/ou sangue nos acupontos.
- Guasha
Raspagem superficial da pele com auxílio de uma espátula e o guashayou (óleo de guasha).
- Implantes de ouro
Glóbulos de ouro são pressionados nos pontos de acupuntura a fim de produzir estímulos de longa duração.
- Fitoterapia tradicional chinesa
Uso de composto à base de folhas, flores, minerais, frutos, raízes, insetos e cascas de plantas.
- Dietoterapia
Prevenção e tratamento por meio da ingestão de alimentos naturais.
Cuide do seu bichinho
Veja alguns males que podem ser tratados a partir da medicina complementar e da medicina chinesa:
- diabetes;
- epilepsia;
- giardíase;
- insuficiência renal aguda e crônica;
- aids felina;
- gastrite;
- herlichiose (doença do carrapato);
- fraturas;
- distúrbio cognitivo do cão idoso;
- câncer;
- dermatites;
- ansiedade;
- hiperatividade;
- obesidade;
- anemia;
- pseudociese;
- hepatite;
- cálculo na bexiga;
- hipotireoidismo;
- doenças oftalmológicas, cardiacas, articulares e degenerativas;
- síndrome de cushing;
- diarreia;
- gravidez psicológica
Fonte: Cecília Maria Rodrigues Tavares, veterinária especialista em medicina complementar chinesa.