Quem mama por mais tempo se torna mais inteligente e tem renda maior na vida adulta

Estudo analisou o desempenho de 3.500 crianças. Após 30 anos, os pesquisadores constataram que o leite materno foi benéfico para todos

por AFP - Agence France-Presse 18/03/2015 10:47

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Arquivo Pessoal
Os amamentados com leite do peito durante um ano apresentaram um coeficiente intelectual 4 pontos superior aos amamentados por menos de um mês (foto: Arquivo Pessoal )
Uma amamentação mais longa pode contribuir para uma maior inteligência, escolaridade e renda na vida adulta, revela um estudo da Universidade de Pelotas publicado nesta quarta-feira na revista The Lancet Global Health. A amamentação é recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que preconiza a prática por, ao menos, seis meses, como um dos "meios mais eficientes" para garantir a saúde e a sobrevivência da criança.

O estudo analisou o desempenho de 3.500 crianças nascidas em 1982 e amamentadas durante períodos distintos. Após 30 anos, os pesquisadores constataram que o leite materno foi benéfico para todos, em relação aos não amamentados no peito; e que o benefício foi proporcional à duração da lactância.

Segundo os pesquisadores, os amamentados com leite do peito durante um ano apresentaram um coeficiente intelectual 4 pontos superior aos amamentados por menos de um mês. Também apresentaram escolaridade mais longa (quase um ano) e renda superior à média em um terço.

Para chegar a estas conclusões, os pesquisadores analisaram variáveis suscetíveis de impactar os resultados, como nível de vida dos pais, idade da mãe no momento da concepção e até o fumo durante a gravidez.

"O mecanismo provável que permite explicar os efeitos benéficos do leite materno na inteligência é a presença de ácidos aminados saturados de cadeia longa, que têm um papel essencial no desenvolvimento do cérebro", assinala o doutor Bernardo Lessa Horta, que liderou o estudo.

Ao contrário de outros estudos, o trabalho realizado em Pelotas analisou mulheres lactantes de todos os níveis sociais, e não apenas as mais favorecidas.

O doutor Erik Mortensen, da Universidade de Copenhague, comentou que o trabalho ainda necessita de confirmação.