Especialista diz que falta de vitamina D é problema de saúde pública; veja sintomas e quem é mais suscetível

Substância é fundamental para prevenir doenças como a osteoporose, mas a suplementação só deve ser feita em caso de deficiência no organismo

por Augusto Pio 06/02/2015 11:00

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Pedro Vilela/Divulgação
Adriano Basques, gerente técnico do Laboratório Geraldo Lustosa, diz que a hipovitaminose D é um problema de saúde pública (foto: Pedro Vilela/Divulgação)
Muito se tem falado sobre os males que a falta de vitamina D pode causar ao organismo. Há muitos anos, a necessidade dela era associada apenas à manutenção de dentes e ossos saudáveis. Mas, sabe-se hoje que a vitamina D é essencial ao organismo, especialmente devido ao potencial de prevenção de diversas doenças e sua função na absorção de cálcio. No entanto, diversos fatores contribuem para o crescente número de casos de carência de vitamina D, entre eles a baixa exposição do corpo humano ao sol, uma vez que grande parte das pessoas trabalham em ambientes fechados, e a falta de informação sobre os males causados por sua deficiência. Para se saber os níveis de vitamina D, é necessário fazer um exame de sangue.

José Gilberto Vieira, médico do Serviço de Doenças Osteometabólicas da EPM/Unifesp, indica os sinais para reconhecer a falta de vitamina D no organismo: fraqueza muscular, depressão, asma, gripe e doenças respiratórias, enfraquecimento dos ossos, doenças cardiovasculares e até câncer. “A vitamina D é produzida naturalmente pelo corpo por meio da pele, estimulada pela exposição moderada ao sol. A Sociedade de Endocrinologia recomenda que pessoas com risco de deficiência de vitamina D sejam examinadas com frequência para determinar o nível do nutriente no sangue. E o especialista é quem vai determinar o melhor tratamento para cada caso”, explica.

O clínico geral Breno Figueiredo Gomes esclarece que a vitamina D é fundamental na absorção do cálcio no organismo. Sendo assim, a estrutura óssea é diretamente ligada a esta. “Além da ação musculoesquelética, exerce influência sobre o sistema imune e cardiovascular. A falta de vitamina D pode causar problemas como osteoporose, aumento do risco de quedas, devido à fraqueza muscular, e fraturas. Por outro lado, o excesso pode elevar o nível de cálcio no sangue, levando à fraqueza, confusão mental, náuseas, vômitos, perda de apetite e ao aumento na excreção de cálcio urinário. O excesso de exposição ao sol não leva a uma produção excessiva de vitamina D.”

ARQUIVO PESSOAL
"A sociedade científica vem discutindo bastante as indicações para dosagem e reposição de vitamina D, com inúmeras controvérsias" - Breno Figueiredo Gomes, clínico geral (foto: ARQUIVO PESSOAL)
Breno explica que a vitamina D é conseguida por meio da dieta (leite, suco de laranja, salmão e óleo de fígado de bacalhau, entre outros) e da síntese da nossa pele a partir da exposição à luz solar. “Atualmente, inúmeros produtos, como cereais, leites e iogurtes, têm adição de vitamina D. Hoje, todo mundo está dosando a vitamina D no sangue, porém a indicação é apenas para as pessoas com risco de deficiência, ou seja, aquelas sem exposição alguma ao sol, portadoras de doença celíaca, pessoas com osteoporose e aquelas com fraturas após quedas simples. Caso a pessoa não se enquadre em nenhuma dessas indicações, a dosagem se torna desnecessária. A sociedade científica vem discutindo bastante as indicações para dosagem e reposição de vitamina D, com inúmeras controvérsias.”

ABSORÇÃO

Para o farmacêutico Adriano Basques, gerente técnico do laboratório médico Geraldo Lustosa, a hipovitaminose D (baixos níveis de vitamina D) é um problema de saúde pública com elevada prevalência no Brasil. “A vitamina D, embora considerada vitamina, tem ações de um pré-hormônio e é essencial para a manutenção dos níveis de cálcio, aumentando a sua absorção pelo intestino e atuando no metabolismo ósseo, fortalecendo a massa óssea e a função muscular”, explica o farmacêutico.

De acordo com Adriano, existem grupos mais susceptíveis à deficiência e à insuficiência de vitamina D, como pacientes com síndrome de má absorção, mulheres pós-menopausa, crianças, gestantes, obesos, pacientes pós-cirurgia bariátrica e idosos, principalmente os institucionalizados. “A fraqueza muscular proximal é um sinal clínico de hipovitaminose D, que ocorre devido ao prejuízo do relaxamento e da contração muscular e pode aumentar o risco de quedas e de fraturas. A perda de massa óssea e o desenvolvimento de osteoporose ocorrem devido ao aumento da reabsorção óssea.”