Saiba por que os gatos arranham e como evitar que eles destruam todos os móveis da casa

Para os felinos, arranhar é saudável. O gato pode identificar tanto pelo odor quanto pelas marcas visuais que ele passou por aquele lugar

por Revista do CB 06/12/2014 14:00

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	Zuleika de Souza/CB/D.A Press
Yoshi e Maya já destruíram um sofá e uma cama, sem falar das cortinas e dos tapetes (foto: Zuleika de Souza/CB/D.A Press)
As unhas são características marcantes de um gato. Mas por que os gatos arranham tanto? Existem basicamente alguns motivos principais. O primeiro é o fator instintivo. Todos os bichanos usam as garras e isso é um atributo ancestral do animal. Desde o gatinho doméstico até os felinos mais selvagens. O ato de arranhar também serve como modo de demarcação de território. O gato pode identificar tanto pelo odor quanto pelas marcas visuais que ele passou por aquele lugar.

“Na patinha dos felinos, encontramos algumas glândulas importantes, que liberam feromônio (odor). Ele sinaliza aos outros gatinhos que, por aquele local, passou algum gato”, explica a veterinária Leila Sena. Ainda segundo ela, o ato de arranhar significa que os gatos estão se sentindo confiantes. “Também auxilia na retirada de uma película translúcida que se forma em cima da unha do bichano”, acrescenta a veterinária, que é especialista em comportamento felino.

Para evitar que os bichos destruam muitos objetos e arranhem as pessoas, Leila aconselha o corte das unhas dos bichanos habitualmente, no mínimo duas vezes por semana. Para evitar acidentes, é essencial que seja alguém que tenha experiência no assunto. Assim como os humanos, os gatos têm uma região fixa da unha por onde passam algumas enervações e por onde circula o sangue. Caso cortem no lugar errado, pode doer e sangrar bastante.

Para os gatos, arranhar é saudável. Para o bolso dos donos, não. Maya e Yoshi são dois bichanos sem raça definida quem já destruíram vários móveis em casa. Os donos acreditavam que os gatos parariam de arranhar com o tempo. Mas não foi isso que aconteceu. “Só continuaram. E fazem isso até hoje”, conta Gustavo Fernandes, 30 anos, tecnólogo em construção civil. Além da dupla, moram mais dois gatos na residência: Biruta e Jeremias.

Os felinos já destruíram um sofá, uma cama e cortinas. “Já perdemos um sofá completamente. Nem dava para reformar. Era de courino e eles arranharam até chegar na madeira do móvel. Tivemos que jogar fora”, lembra Fernandes. Gustavo conta ainda que os gatos já arruinaram uma cama e um baú. “O baú era forrado com papel de palha. Maya, Yoshi e os outros gatos arranharam toda a palha e estragaram o resto do objeto.” Além disso, os bichanos destroem tapetes e cortinas. O tecnólogo explica que não faz nada para evitar. Apenas não usa mais alguns objetos no apartamento. “Deixamos eles arranharem à vontade. Não usamos mais cortinas e os proibimos de entrarem no quarto.” Gustavo conta que tinha o hábito de cortar as unhas dos animais com frequência, mas nem isso faz mais rotineiramente.

No momento, porém, em que os gatos arranham seres humanos, há um risco eminente de transmitir doenças. Segundo a veterinária Daniela Maciel, o cuidado deve ser maior com animais que não se conhece o histórico ou que vieram da rua e de abrigos. “As doenças mais comum transmitidas para os seres humanos pelo arranhão do gato são a Doença da Arranhadura do Gato (DAG), causada pela bactéria Bartonella henselae, e a esporotricose, causada pelo fungo Sporothrix schenckii”, explica a especialista em medicina felina. Os sintomas são os gânglios inchados e doloridos e que demoram a voltar ao normal. A recuperação costuma ser rápida, mas o cuidado deve ser redobrado em alguns casos. “Geralmente, a recuperação é boa quando diagnosticada e medicada corretamente, porém pode ser perigosa em pessoas imunossuprimidas, como as portadoras de aids, transplantadas e recebendo quimioterapia”, alerta Leila Sena.

As unhas dos felinos crescem a vida inteira. Em gatos idosos, isso pode ser um problema, pois, como não são tão ativos, não “gastam” as garras. É comum felinos mais velhos terem unhas encravadas. Gatos agressivos e estressados tendem a arranhar mais. Isso funciona como mecanismo de defesa, quando se sentem coagidos.

O arranhador certo
Alguns donos costumam comprar arranhadores em petshops. Há vários tipos, geralmente feitos de cordas, papelão, tecido e sisal. Não existe um tipo exato para cada felino. Cada um prefere um material. O correto é testar vários até o gato se adaptar melhor a um específico. Deve-se levar em consideração também o tamanho do animal. Arranhadores muito pequenos para gatos adultos podem não ser interessantes, pois eles têm dificuldade para agarrar o objeto. O ideal é tornar o objeto atrativo para o bichano, sempre brincando e mostrando o arranhador para o pet. Para os que preferem não gastar com um arranhador, alguns gatos costumam aceitar bem troncos de árvores. Você pode colher um tronco pequeno, enfeitar com brinquedos e cordas e colocar em casa.

Você sabia?
  • As unhas dos gatos crescem até após a morte.
  • Bichanos idosos podem ter problemas com unhas encravadas.
  • Gatos preferem arranhar superfícies verticais.
  • Existe uma doença própria provocada por arranhões de gatos. Chama-se Doença da Arranhadura do Gato (DAG).
  • O ato de arranhar pode ter vários significados. Desde o mecanismo de defesa até a sensação de confiança.