Esvaziar a mente na meditação ajuda a superar dificuldades e se manter centrado

Em Belo Horizonte, Templo Zen das Alterosas promove dois encontros semanais. Pede-se uma contribuição de R$ 10

por Celina Aquino 25/09/2014 15:00

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Ramon Lisboa/EM/D.A Press
"Sinto como se limpasse os sentimentos ruins até o corpo ficar transparente. Fico mais leve e equilibrada", Maria Flávia Valadares Gonçalves, acupunturista e massoterapeuta (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
É bom deixar estresse, angústia, medo e ansiedade do lado de fora. No Templo Zen das Alterosas, o clima é de paz e tranquilidade. Inaugurado oficialmente na semana passada, em uma cerimônia típica da cultura oriental, o primeiro templo budista em Belo Horizonte abre as portas para quem quer se conhecer melhor e buscar uma vida mais harmoniosa. Depois de morar 22 anos no Japão, o monge José Costa Mokugen-San está de volta à capital mineira para incentivar a prática da meditação.

Durante uma busca espiritual, quando ainda trabalhava como dentista, José Costa conheceu um mestre japonês que apresentou a ele a técnica milenar. “Quando encontrei a meditação, tive certeza de que era o caminho a seguir. Consegui superar dúvidas, medos e dificuldades e me harmonizar”, relembra. José Costa, então com 39 anos, abandonou a profissão e aceitou o convite de fazer um treinamento no país oriental. A missão seria trazer os ensinamentos budistas para o Brasil e fundar um templo na cidade onde vivia. O plano começou a se tornar realidade em 2011, quando o monge adquiriu uma casa no Bairro Serra com o dinheiro que conseguiu arrecadar nas ruas, graças à solidariedade dos japoneses.

O Templo Zen das Alterosas promove dois encontros de meditação por semana. Responsável por conduzir os grupos, o monge José Costa se mostra surpreso de ver a quantidade de pessoas interessadas em conhecer a cultura oriental. “O budismo é uma filosofia de vida muito aceita no Ocidente, ainda mais em um mundo estressante e conturbado, porque traz harmonia, paz e tranquilidade”, comenta.

A prática de meditação zen-budista é chamada de zazen, palavra que em japonês significa “apenas sentar”. Os participantes se acomodam em uma almofada com a coluna ereta, as pernas cruzadas, a mão esquerda em cima da direita, os dois polegares conectados e os olhos levemente inclinados para baixo. A respiração deve ser profunda e a atenção focada no centro do corpo. “Não se apegue a nenhum pensamento nem se preocupe em resolver nenhum problema. A ideia é estar com a mente vazia.”, explica o monge. É comum sentir dores nas pernas, mas com o tempo o incômodo é substituído por uma sensação agradável de relaxar a mente e descansar o corpo. A meditação dura 40 minutos e é finalizada com o canto de sutras, nome dado às orações criadas a partir dos ensinamentos budistas.

A acupunturista e massoterapeuta Maria Flávia Valadares Gonçalves, de 55, mais conhecida como Faveca, compara a meditação a um banho interno. “Sinto como se limpasse os sentimentos ruins até o corpo ficar transparente. Fico mais leve e equilibrada”, destaca. Por isso, ela não consegue passar nem um dia sem meditar e reserva um tempo ao se levantar para esvaziar a mente. Caso contrário, percebe que fica mais desatenta e ansiosa. Faveca também faz aulas da ginástica makkoho no Templo Zen das Alterosas. Com a técnica japonesa ela conseguiu recuperar a flexibilidade no pé, que ficou muito tempo engessado. Os movimentos, sempre na posição sentada, trabalham as articulações e promovem alongamento.

Filho de japonês, o servidor público Thiago Kamon Macedo Monteiro de Castro Hyodo, de 31, nunca havia se interessado pelo budismo até ler um livro sobre a filosofia. Logo deu vontade de se juntar a um grupo de meditação. “Fui ficando mais centrado e tranquilo. Esse estado mental é importante para tomar decisões certas. Agora, tenho clareza para ver todos os pontos.” Em quase três anos de prática, Thiago também sente que as pessoas à sua volta se beneficiam das boas energias.

Templo Zen das Alterosas
Rua Itaparica, 245, Serra
(31) 3227-1334
As práticas de meditação abertas ao público são realizadas duas vezes por semana: quinta-feira, às 19h30, e domingo, às 19h. São 40 minutos de zazen, seguidos de leitura de sutras e estudo sobre o Dharma budista. É recomendado usar roupas leves e confortáveis e chegar com, no mínimo, 10 minutos de antecedência. Pede-se uma contribuição mínima de R$ 10 por pessoa.