Facebook e Instagram ajudam a disseminar as versões saudáveis da culinária tradicional

Especialista alerta, porém, que mesmo que o alimento seja fit, a pessoa não pode abusar

por Paula Takahashi 03/08/2014 10:31

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

RECOMENDAR PARA:

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

CORREÇÃO:

Preencha todos os campos.
arquivo pessoal
O nutricionista Leonardo Canellas experimenta receitas com versões integrais de farinha ou produzidas à base de avelã, de amêndoas e até de amendoim (foto: arquivo pessoal)
As experiências e tentativas culinárias começaram a ficar sérias e ganhar notoriedade depois que invadiram as redes sociais. O Facebook e principalmente o Instagram se transformaram em vitrines perfeitas para as receitas e criaram um ciclo virtuoso de compartilhamento de novas ideias. A jornalista Fernanda Carneiro já tem mais de 30 mil seguidores no seu perfil (@nandap_carneiro), todos de olho nas delícias que ela apresenta diariamente. “Atualmente, faço toda a divulgação pelo Instagram. Potencializou muito o meu negócio e garantiu muita visibilidade”, conta Fernanda, que já está dando até cursos para passar adiante suas cobiçadas invenções.

Esse mercado está tão badalado e tem tanto potencial que a advogada Sylvia Pozzobon (@cozinhafit) abandonou a carreira jurídica há cerca de um ano para se dedicar exclusivamente à cozinha fit. “Virei empresária do ramo e tenho ainda uma loja de roupas de ginástica. O meu cardápio de produtos inclui bolos, biscoitos, pão, nhoque, entre vários outros itens. Tudo sem glúten e sem lactose”, conta. Uma pena que o serviço ainda esteja limitado ao Rio, o que deve mudar em breve.

Compartilhando da mesma motivação, Fernanda e Sylvia se uniram a vários profissionais de todo o país em torno de um único propósito: incentivar um estilo de vida saudável, que inclui atividades físicas e nutrição balanceada e adequada. Foi daí que surgiu a Revista Movimento (@revistamovimento), um projeto que nasceu no Instagram e é outro canal para descobrir novidades e diversificar o cardápio.

Quem também não perdeu tempo e transformou o Instagram numa bela biblioteca de receitas foi a nutricionista de João Pessoa, na Paraíba, Laura Meneses (@blogdanutri), que já tem quase 30 mil seguidores. Desde que começou a postar fotos de suas versões saudáveis da culinária tradicional, o nutricionista Leonardo Canellas (@leocanellas), de 28 anos, viu seus seguidores chegarem a quase 1 mil em seis meses. “E isso também me motivou a continuar esse trabalho”, lembra.

Apesar de ver com bons olhos o interesse da sociedade em dietas saudáveis e alimentos funcionais, o nutrólogo Guilherme Giorelli alerta que é preciso ter cuidado com as informações que circulam nas redes sociais. “O excesso é um dos problemas da internet hoje. É muita coisa e as pessoas acabam não sabendo o que é certo ou errado. Quando se olha uma receita dessas, a sensação é de que sempre se está criando algo melhor, mas é importante lembrar que o que é bom para uma pessoa não necessariamente vai ser bom para todo mundo”, pondera. Por isso, validar os conhecimentos adquiridos com um profissional é fundamental para garantir os melhores resultados possíveis.

SEM EXCESSOS
Outro alerta importante é o do limite. “Por mais que o alimento seja fit, a pessoa não pode abusar”, alerta Guilherme. As adaptações realizadas nas receitas são voltadas principalmente para a garantia da qualidade e funcionalidade do alimento, e não necessariamente para a redução do seu índice calórico. “A farinha de trigo branca pode estar dando lugar para uma integral, mas não significa que pode ser consumida à vontade, porque não pode, já que o que se oferece são mais nutrientes e não menos calorias. Tira-se um carboidrato mais refinado e coloca-se outro com mais proteína”, explica Guilherme. Vale lembrar que o valor energético nesse caso continua o mesmo, e os excessos podem levar ao ganho de peso.