Novas tecnologias 'invadem' corpo humano para diagnosticar, tratar e curar

Conheça a câmera em miniatura, circuitos fixados no olho, o pâncreas artificial e a impressão em 3D de tecidos vivos

por AFP - Agence France-Presse 24/07/2014 11:30

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AFP PHOTO / FREDERICK FLORIN
As bombas de insulina já são uma realidade para as pessoas com diabetes. A última etapa seria um aparelho autônomo e invisível implantado no abdômen - o pâncreas artificial (foto: AFP PHOTO / FREDERICK FLORIN )
Uma câmera em miniatura engolida como se fosse um comprimido, um microcircuito fixado no olho, um pâncreas artificial: as tecnologias de vanguarda invadem o corpo humano para diagnosticar, tratar e curar. A seguir, alguns objetos técnicos futuristas da medicina atual:

Câmera na pílula
Como no filme americano dos anos 1960 "Viagem Fantástica", no qual um submarino em miniatura e sua tripulação viajam pelo corpo humano, a "vídeo-cápsula" é uma câmera fotográfica em miniatura do tamanho de uma pílula. O objetivo é explorar o trato digestivo, por exemplo, em casos se hemorragias sem explicação. Esta cápsula, utilizada uma única vez, capta mais de 50.000 fotos em sua viagem interior, até ser expelida por vias naturais.

A vantagem com relação à endoscopia é que não precisa de anestesia. Recomenda-se ao paciente caminhar durante o exame para facilitar a progressão da cápsula. As fotos são captadas à medida que o dispositivo avança, mediante captores e uma caixa portátil perto do corpo.

"A cápsula funciona bem e vários estudos demonstram sua boa sensibilidade para detectar pólipos", pequenos tumores que podem provocar câncer, explicou o médico Jean-Christophe Saurin, do hospital Edouard Herriot, em Lyon. Mas um dos principais inconvenientes, segundo o gastroenterologista, é o preço: EUR 600, cerca de R$ 1.800.

Eletrodos na retina

Para curar a retinose pigmentar, uma doença hereditária degenerativa que causa cegueira aos 40 anos, uma solução de alta tecnologia, "o alto biônico", está sendo implementada nos Estados Unidos e na Europa.

A ideia é simular artificialmente o olho com eletrodos colocados sobre a retina deficiente para recriar a visão. Mais de cem pacientes já receberam "retinas artificiais".

"Se tivessem nos falado disto há dez anos, teríamos dito que é ficção científica. Hoje é uma realidade", comentou Gérard Dupeyron, chefe do serviço de oftalmologia do hospital de Nîmes (sul da França). Um olho biônico custa em torno de EUR 100.000, cerca de R$ 300.000.

Pâncreas artificial

Em muitos casos de diabetes, as injeções já são coisa do passado. A bomba de insulina, que tem a forma de uma discreta caixinha levada na cintura, revolucionou a vida de inúmeros pacientes.

"As bombas são sistemas de injeção destinados a simular o funcionamento normal do pâncreas", explicou o especialista em diabetes Leon Perlemuter no portal da liga de diabéticos da França.

Um dispositivo eletrônico, dotado de uma reserva de insulina e de um sistema de injeção ligado ao corpo por um cateter e uma pequena agulha, permite liberar continuamente a dose de insulina adequada. "Para nós, diabéticos, é algo fantástico", afirma Isabelle Blackie, em vídeo difundido pela Federação Francesa de Diabéticos (FFD).

A última etapa seria um aparelho autônomo e invisível implantado no abdômen.

Impressão em 3D de tecidos vivos
Aplicar o princípio das impressoras 3D aos tecidos vivos é o Graal buscado atualmente por vários laboratórios no mundo. O objetivo é, mediante a superposição de finas camadas de células, reproduzir tecidos como cartilagem e órgãos inteiros para enxertá-los.

Vários avanços neste sentido foram alcançados em Estados Unidos, China e Grã-Bretanha. No laboratório Biomateriais e Reparação de Tecidos da Universidade Victor Segalen, de Bordeaux (sudoeste da França), o pesquisador Fabien Guillemot trabalha na recriação de tecidos usando técnicas de impressão a laser.

"A ideia é reconstruir, diretamente in situ, dentro do corpo humano, o tecido de um órgão afetado, imprimindo diretamente os elementos biológicos", explica. Este avanço traz questões éticas. "Pode-se imaginar a utilização destas tecnologias (...) para fabricar tecidos artificiais, cujo desempenho será superior ao dos tecidos e órgãos atuais, o que não é necessariamente desejável", acrescenta Guillemot.