Esmalte em gel ganha salões de beleza, mas uso frequente pode trazer riscos à saúde

Novidade já é sucesso nos salões e promete durar até 14 dias, além de não perder o brilho

por Paula Takahashi 14/07/2014 14:30

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Euler Junior/EM/D.A Press
Joyce Mara da Silva é cliente assídua de Glauciane Ribeiro. Desde que adotou o esmalte em gel, diz que suas unhas ficaram mais resistentes (foto: Euler Junior/EM/D.A Press)
Quem nunca sonhou em ter unhas sempre bonitas e benfeitas sem o ônus de ter que ir ao salão a cada nova semana? A revolucionária indústria de cosméticos pensou nessas mulheres e elaborou um esmalte em gel que promete não perder o brilho e manter a perfeição da manicure por, pelo menos, 14 dias, podendo chegar a 20. A substituição só é necessária por conta do crescimento natural da unha e da cutícula. A tecnologia já está no mercado há mais de três anos, mas só agora começa a ganhar adeptas no Brasil e invadir os salões de beleza mais sofisticados e antenados nas novidades. Claro que nem tudo são flores. Além do preço salgado, que parte de R$ 50 apenas para a produção das mãos, o tempo de aplicação pode ser duas vezes superior ao de uma manicure tradicional, que não demora mais do que 30 minutos.

A proprietária da Sempre Mais Estética, Luciene Simões, conta que já oferece o serviço para as clientes há três anos e que a procura só tem aumentado. “A durabilidade, a secagem e o brilho são os fatores que mais atraem”, garante. O procedimento para aplicação começa com o preparo da unha, como na técnica convencional. “A cutícula é retirada e a unha lixada. A partir daí, todo o processo é diferente”, observa Luciene. A base que é passada para preparar a unha para receber o esmalte não é a que todas estão acostumadas. “Ela precisa secar em uma câmara de luz UV”, explica a empresária. Isso porque todo o material é fotopolimerizado e só seca em contato com a luz UV ou LED.

Na primeira etapa, as unhas ficam expostas à luz por 30 segundos. “Depois que a base está seca, passamos o esmalte, limpamos as laterais e colocamos novamente para secar na luz”, detalha a empresária. Mais 30 segundos se passam e as unhas voltam para a profissional proceder com uma nova camada. Mais uma vez é preciso fazer toda a limpeza das bordas para evitar uma das maiores reclamações das usuárias do esmalte em gel, o acabamento malfeito.

“Todas as vezes é preciso fazer essa limpeza, porque se levar para a cabine e secar não é possível retirar mais”, alerta Luciene Lourenço, manicure do salão Célio Faria. No total, duas camadas são aplicadas e, para finalizar, aplica-se o extrabrilho, que demora outros três minutos para secar. Toda a produção dura entre 45 minutos e 1 hora e 15 minutos, e a grande vantagem é que a unha já sai sequinha.

Retirar o produto também exige uma técnica diferente e muitas vezes pode dar trabalho fazer em casa. “Aqui, colocamos algodão com removedor de esmalte sobre as unhas e passamos um papel-alumínio. Com o calor, o esmalte solta praticamente inteiro, como uma película”, conta Luciene Lourenço. Na Sempre Mais, os dedos ficam imersos em acetona por 10 minutos até que o produto saia por completo. “A pessoa pode tentar fazer por conta própria e acabar retirando a película protetora da unha. Por isso tem quem reclame que a unha ficou mais fina e quebradiça”, alerta Luciene.

Euler Junior/EM/D.A Press
A substituição só é necessária por conta do crescimento natural da unha e da cutícula (foto: Euler Junior/EM/D.A Press)
Usuária assídua do esmalte em gel por mais de dois anos, a auxiliar-administrativo Joyce Mara da Silva conta que, no seu caso, a situação foi inversa. “Minhas unhas ficaram mais resistentes e agora crescem melhor, o que não ocorria antes”, conta. Depois que conheceu o produto, ela nunca mais fez a unha de forma convencional e garante que vale a pena. “Não acho que tenha riscos e é uma ótima alternativa para quem vai fazer viagens longas e até ir à praia, por exemplo”, recomenda.

CUIDADOS
Muita polêmica ronda os esmaltes em gel, principalmente no que diz respeito à possibilidade de potencializar o desenvolvimento de câncer nas mãos e o envelhecimento precoce por conta da exposição à luz ultravioleta durante as etapas de secagem do produto. A discussão entrou em cena e motivou várias pesquisas. Um estudo independente publicado em setembro do ano passado refutou qualquer relação entre as lâmpadas UV com o desenvolvimento de câncer de pele e garantiu que mesmo mantendo as mãos diariamente por 25 minutos sob essa luz, ainda não seria suficiente para exceder os limites de exposição estabelecidos internacionalmente.

Ainda assim, a dermatologista Ana Cláudia de Brito Soares desaconselha o uso frequente desse tipo de aparelho. “É preciso saber a frequência e a intensidade dessa luz. Mas a longo prazo o efeito é cumulativo e toda vez que a pessoa se expõe ela está contribuindo com o envelhecimento precoce da pele e aumentando os fatores de risco de câncer. Não sabemos qual pode ser o resultado em 10 anos”, pondera. Portanto, a técnica deve ser usada com parcimônia e sempre acompanhada pela aplicação de protetor solar no local.