Saiba como evitar o embate entre os pets

Além de observar o comportamento dos animais, o ideal é que os cães sejam castrados, independentemente de serem machos ou fêmeas

por Revista do CB 12/07/2014 14:00

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Há vantagens em ter mais de um cão em casa. Os pets podem cuidar um do outro, fazer companhia na ausência dos donos, brincar entre eles, além de a alegria de ter um animal de estimação vir, no mínimo, em dobro. Porém, nem sempre os bichos se entendem e existe o risco de brigas surgirem. Qualquer um que decida ter dois ou mais cachorros está suscetível a enfrentar o problema, que tem causas diversas, de acordo com o adestrador especialista em comportamento canino Lucas von Glehn Duty. “Pode haver momentos de dominância entre os cães, disputa pela atenção do dono ou mesmo um gatilho pode causar um conflito, como uma moto que passa pelo portão.”

Além de observar o comportamento dos animais, o ideal é que os cães sejam castrados, independentemente de serem machos ou fêmeas. “Castrar tira os hormônios sexuais, responsáveis por incentivar a disputa por território. No caso das fêmeas, deixa de existir a concorrência por um melhor lugar para ter cria. Para a eficiência ser maior, o procedimento deve ser feito quando o animal tiver em torno de 5 ou 6 meses”, afirma a médica-veterinária Eliane Cruz.

Zuleika de Souza/CB/D.A Press
Suri e Cindy brincam (e brigam) juntas: tudo é motivo de disputa entre as duas (foto: Zuleika de Souza/CB/D.A Press)
Fafá, uma fox paulistinha de 3 anos, foi a última a chegar à casa da empresária Eveline Gonçalves, 50 anos, que já tinha as dachshund Filipa e Penélope, de 5 e 8 anos, respectivamente. O clima inicial de harmonia não durou muito. “A Filipa aceitou a Fafá no primeiro momento, mas depois começou a se irritar. A Fafá já chegou querendo dominar e era muito ciumenta. Ela colocava a pata em cima da Filipa e as brigas logo começaram”, conta Eveline. “As duas primeiras brigas eu consegui separar, mas na terceira elas ficaram descontroladas. No meio da confusão, uma delas me mordeu. Demorou um ano para eu recuperar os nervos do meu dedo.”

Depois do episódio, Eveline procurou a ajuda de um adestrador. “Passei um mês com elas separadas, cada uma num quarto. Tirava as duas sempre na guia, mostrava que quem mandava era eu. Fui testando aos poucos para ver se elas conseguiam ficar no mesmo ambiente. Foi assim que resolveu”, lembra a empresária. “Elas brincam muito, mas, quando vejo que a Filipa rosna mais forte, logo mando ela se sentar.”

O adestrador especialista em comportamento canino Lucas von Glehn Duty acredita que o acompanhamento de um profissional é importante para a solução desse tipo de conflito. “O especialista é quem vai orientar. É preciso observar o cotidiano dos animais. Tudo depende de uma análise.” Porém, ele dá dicas de como separar uma briga de cães. “É importante não usar as mãos ou as extremidades do corpo, que podem ser dilaceradas. As pernas, se estiverem cobertas, só devem ser usadas para separar cães de porte pequeno.” O especialista ensina ainda que o ideal é tratar os animais de maneira igual, sem criá-los em espaços diferentes ou ter favoritos para evitar competição entre eles.

A publicitária Denise Oliveira Borges, 28 anos, acredita que as brigas entre a poodle Suri, de 5 anos, e a vira-lata Cindy, 4 anos, são motivadas por ciúmes. “A Cindy é difícil. Na hora de comer, agarra a vasilha e não deixa ninguém chegar perto. Ela sempre come primeiro.” Elas chegaram a passar alguns dias separadas, depois de uma briga mais violenta. “A Cindy mordeu o pescoço da Suri e saiu sangue. Pensamos até em doar uma das duas.” Mas o tempo separadas melhorou a convivência entre as duas e elas já voltaram a dividir o mesmo espaço. “Também brincam muito juntas, mas se aparece algum motivo de disputa, elas brigam.”

Um clima de harmonia entre os animais também não foi conquistado na casa da estudante Juliana Gonçalves, 19 anos. Lá, vivem três fêmeas da raça pinscher. “A Luna é apegada demais ao meu pai e a Nina, à minha mãe. Isso já é motivo para briga. Nenhuma aceita que a outra chegue perto do seu dono favorito”, conta. “É preciso ter uma cama para cada. À noite, colocamos a Nina para dentro. Às vezes, elas se pegam, se mordem, e só falar ‘parar’ não adianta, precisa segurar. Sempre corremos para evitar que elas se machuquem.”

Lidando com os “rivais”

Como criar cães em harmonia?
Antes de aumentar a família, é importante observar o comportamento dos cães que já estão na casa. A veterinária Eliane Cruz recomenda a castração de todos os animais e optar por um segundo animal mais tranquilo se o primeiro tiver características de dominação.

Como apresentar o cachorro novo ao primeiro animal da casa?
Fatores externos podem causar ruídos para a estabilização comportamental. O calor em excesso, por exemplo, pode desestimular o animal e estragar a apresentação, que precisa ser prazerosa. Não é preciso que os cães se aceitem naquele momento. Eles podem até ser apresentados de longe.

Como saber que não é só uma brincadeira?
Quando o cachorro está se preparando para brigar, normalmente ele projeta o rabo, e os caninos ficam à mostra. O pelo também fica mais eriçado e alguns cães também levantam a pata. O olhar fica fixado na presa e o cão nem sequer pisca.

Como resolver?
É difícil encontrar uma fórmula que se aplique a todos os casos. Por isso, o recomendável é procurar a orientação de um especialista em comportamento canino.

Fonte: com informações do adestrador Lucas von Glehn Duty