Mudanças na decoração podem garantir segurança para perda de mobilidade na velhice

As adaptações não precisam se ater somente à solução das dificuldades de mobilidade. Cada condição de saúde deve ter ajustes para facilitar a vida do idoso dentro do ambiente doméstico

por Bruna Sensêve 16/05/2014 15:30

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Beto Magalhaes/EM/D.A Press
O ambiente perde alguns pontos no quesito estético, mas são inúmeros os ganhos para o trânsito do indivíduo em casa e a quantidade de problemas de saúde que podem ser evitados (foto: Beto Magalhaes/EM/D.A Press)
Belém e Brasília — Rampas, barras, quinas arredondadas e uma quantidade substancialmente menor de móveis distribuídos no cômodo passam a ser a decoração da casa à medida que as dificuldades de mobilidade começam a surgir com o envelhecimento. O ambiente perde alguns pontos no quesito estético, mas são inúmeros os ganhos para o trânsito do indivíduo em casa e a quantidade de problemas de saúde que podem ser evitados. As adaptações não devem se ater somente à solução das dificuldades de mobilidade. Cada condição de saúde deve ter ajustes para facilitar a vida do idoso dentro do ambiente doméstico.

“O idoso não pertence a um grupo homogêneo, mesmo porque a velhice vai dos 60 aos 100 anos, e ele pode ter demências, dificuldades de mobilidade, deficiência visual”, enumera a professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Marcella Guimarães Assis. Ela ministrou um curso sobre as estratégias mnemônicas para idosos com demência no Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia, realizado no início deste mês, em Belém. Segundo Assis, para esse grupo, as necessidades tendem a se diferenciar do que é normalmente indicado àqueles em processo normal de envelhecimento. “O espaço, no caso das demências, deve ser utilizado para facilitar as perdas cognitivas. Então, o excesso de estímulos precisa ser evitado, mas a falta deles também. Quando você adapta um ambiente, tem que pensar no que a pessoa precisa saber para utilizar aquele local.”

Ela exemplifica que, no caso de uma pessoa com o mal de Alzheimer, os contrastes são essenciais: se o vaso sanitário ou a bancada da pia são brancos, o chão precisa ter outra cor, necessariamente lisa. “Pisos estampados e azulejos decorados aumentam a confusão mental desse paciente. Ele não consegue discriminar.” Isso acontece pela falta de aporte cognitivo, processo afetado pela demência que leva à perda de memória e à dificuldade de atenção. O Alzheimer é a demência neurodegenerativa mais comum em idosos. A prevalência entre os 60 e 65 anos é abaixo de 1%. A partir dos 65, praticamente duplica a cada cinco anos. Depois dos 85, atinge de 30 a 40% da população.

 

Valdo Virgo / CB / DA Press
Clique para ampliar e ver as dicas (foto: Valdo Virgo / CB / DA Press)
 

 

A repórter viajou a convite da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia