Argentina morre após injetar vaselina nos seios

Substância chegou à corrente sanguínea pelos vasos e depois afetou os pulmões da mulher, causando-lhe dificuldades respiratórias

por AFP - Agence France-Presse 19/03/2014 09:37

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Sonia ficou um mês internada e, segundo o médico, a paciente não quis informar como injetou o produto (foto: Reprodução/ Facebook)
A argentina Sonia Pérez Llanzon, de 39 anos, morreu vítima de uma embolia pulmonar provocada por uma injeção de vaselina nos seios com fins estéticos, informou uma fonte médica à imprensa local nesta terça-feira. "Sonia Pérez Llanzon deu entrada (no hospital) com lesões nas mamas. Eram como golpes", relatou o médico Julio Plá Cárdenas, chefe da Clínica Cirúrgica do Hospital Lucio Molas de Santa Rosa, 640 km ao sudoeste de Buenos Aires.

Ela ficou um mês internada e, segundo o médico, a paciente não quis informar como injetou o produto, ou se recebeu ajuda de outra pessoa. "Primeiro, negou tudo, mas depois confessou que aplicou vaselina. A vaselina é um líquido oleoso, feito com petróleo, muito denso", explicou Plá Cárdenas, advertindo para os riscos dessa prática.

A vaselina chegou à corrente sanguínea pelos vasos e depois afetou os pulmões de Sonia, causando-lhe dificuldades respiratórias. A paciente passou a respirar com a ajuda de aparelhos. "Em toda minha vida de médico, nunca vi um caso assim. O organismo tem anticorpos para remover bactérias e vírus, mas com esse tipo de elemento não tem mecanismo", disse o especialista ao jornal "La Arena", de Santa Rosa.

Sonia, que morava em Santa Rosa, era uma amante do esportes, dedicada ao atletismo e ao boxe e estava constantemente preocupada com sua imagem, contaram seus familiares. Na Argentina, país onde o culto ao corpo é uma obsessão de homens e mulheres, as operações de aumento de busto e de glúteo, entre outras, cresceram 500% nos últimos quatro anos, de acordo com informação divulgada no IV Congresso Argentino de Especialidades em Medicina Estética, realizado em fevereiro deste ano.

A preocupação com o abuso dessas práticas levou uma deputada a apresentar em fevereiro um projeto de lei que proíbe as cirurgias estéticas em menores de 18 anos. A Argentina está entre os 25 países onde mais se fazem cirurgias plásticas com fins estéticos, segundo estudo da Sociedade internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS, na sigla em inglês).