América Latina e Caribe avançam contra a Aids

Apoio político e os movimentos da sociedade civil resultaram na melhora do tratamento

por Bruna Sensêve 28/11/2013 13:00

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A cada quatro pessoas que precisam do tratamento com antirretrovirais para combater a infeção pelo vírus HIV, três o têm garantido na América Latina e no Caribe. O dado animador mantém a região na dianteira entre os outros grupos de países em desenvolvimento quando o quesito é o acesso universal à principal terapia contra a Aids. De acordo com novo relatório da Organização Mundial da Saúde e da Organização Pan-Americana de Saúde (OMS/OPAS), os números referentes ao ano de 2012 representam uma melhoria de 10% em comparação aos coletados dois anos antes. Em dezembro de 2012, 725 mil pessoas recebiam antirretrovirais na região.

Segundo a conselheira da OMS/OPAS para HIV e doenças sexualmente transmissíveis Monica Alonso, o apoio político e os movimentos da sociedade civil resultaram na melhora do tratamento. “Uma das descobertas mais interessantes é a forma como todos os países estão avançando muito no que diz respeito ao fornecimento de medicamentos para mais e mais pessoas na região e como eles estão usando uma abordagem de saúde pública para fazer isso”, avalia.

Sete países alcançaram uma cobertura universal (maior de 80%): Argentina, Barbados, Brasil, Chile, Cuba, Guiana e México. Onze estavam perto de alcançá-la em 2012, com cobertura próxima ou maior que 70%, como Peru, Paraguai e Venezuela. Seis países (Argentina, Belize, Bolívia, Costa Rica, Equador e Honduras) se destacam no fornecimento de antirretrovirais em uma fase mais precoce da infecção pelo HIV.

O Brasil é citado como referência com planos de adotar em breve o regime de “test-and-treat”, política pela qual será oferecida a medicação para qualquer pessoa diagnosticada com o HIV independentemente da contagem dos anticorpos típicos da doença (linfócitos T-CD4).

Para Alonso, no entanto, a região ainda tem alguns desafios que dificultam alcançar os níveis de países desenvolvidos, como o foco nas populações-chave, a redução do estigma, o acesso ao diagnóstico precoce. Ela cita ainda a disponibilidade de cuidados em tempo útil e com qualidade, maximizando a retenção do tratamento capaz de reduzir a carga viral para níveis indetectáveis.