Estudo feito na Inglaterra mostra que 80% das mulheres garantem que homens sempre serão infantis

Eles amadurecem mais tarde e elas têm contra si o relógio biológico

por Luciane Evans 24/11/2013 12:52

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Edésio Ferreira/EM/D.A Press
"Tinha a preocupação se um dia ia ter condição de ser um bom pai, pois via essa situação como uma garnde responsabilidade!", disse Marcos Cambraia Teixeira, aposentado (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)


Aquelas que desejam ter um filho correm contra o tempo. Eles não precisam disso. Mesmo que a infância nem tenha chegado ao fim, elas largam suas bonecas diante das mudanças do corpo. Eles não abandonam seus brinquedos, mesmo depois de marmanjos. Para especialistas, existe sim uma diferença entre o amadurecimento das mulheres e o dos homens. Pesa aí, para elas, a anatomia e o relógio biológico, enquanto eles têm a favor a natureza masculina, que permite um tempo maior para o amadurecer. Em junho deste ano, um estudo feito pelo canal Nickelodeon UK mostrou que 80% das mulheres acreditam que homens nunca deixarão de ser infantis. Na mesma pesquisa, tanto homens quanto mulheres que participaram consideraram que pessoas do sexo feminino amadurecem mentalmente antes do sexo oposto.



O aposentado Marcos Cambraia Teixeira concorda com essa diferença. Ele diz que, ao contrário de muitos, amadureceu cedo, mas nunca tinha pensado em ser pai e, muito menos, em se casar. “Não queria ter filhos, acho que pelo lado do egoísmo, de pensar que iria perder minha liberdade. Tinha a preocupação se um dia ia ter condição de ser um bom pai, pois via essa situação como uma grande responsabilidade”, lembra. Aos 57 anos, Marcos teve uma notícia que lhe deixou em estado de choque: sua namorada estava grávida. Vinha ali a maior mudança na vida de Marcos, hoje com 62 anos. “Em nenhum momento pensei em fugir, mas vinha o medo da responsabilidade e quase entrei em depressão”, recorda. Marcos conta que, três dias depois de saber que encararia a paternidade, viu na rua um rapaz com uma criança nos braços, que pedia ajuda para comprar uma cadeira de rodas para o filho. “Fiquei emocionado e com vergonha. Dei dinheiro e fui embora. Toda vez que passo por ali faço uma oração para essa família”, revela.

Assim, aos 58 anos ele foi pai. Hoje, Heitor está com 5 anos e, segundo conta Marcos, agora sua vida está completa. Ele se casou com a namorada e diz que tanto o casamento quanto a paternidade são um exercício de paciência. “A vida não é só sair e balada. É legal construir um lar, se sentir importante para uma criança e exercitar a qualidade paterna”, defende, dizendo que foi depois dos 50 que se sentiu com mais sabedoria e maturidade. “Depois dessa idade, me permiti conhecer coisas novas. Acredito que as mulheres amadurecem mais cedo. Tenho amigos que são, até hoje, verdadeiras crianças. Exemplo disso é o próprio futebol. Os homens soltam foguetes às 5h, brigam e arranjam confusão por causa de um time. É o cúmulo da infantilidade. Não se vê mulher fazendo isso”, compara.

Para Cida Lopes, psicóloga e sexóloga, existe mesmo essa diferença, principalmente nas relações afetivas. Segundo ela, o tempo da fertilidade feminina e a própria anatomia da mulher contribuem para o amadurecimento precoce. “O homem tem capacidade de ter um filho até 80, 90 anos. Ela não tem esse privilégio e busca ser mãe antes dos 35 anos”, diz.

Edésio Ferreira/EM/D.A Press
O médico Sérgio Duval diz que depois dos 50 anos ficou mais compreensivo: "Você passa a ter mais tranquilidade e compreender o outro" (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)


OFERTA - Além de uma paternidade sem limitações, o homem, conforme destaca Cida, tem ainda a vantagem da oferta. “Ele consegue, aos 50, uma menina de 20. Já para uma mulher de 50, isso é mais complicado”, afirma. A própria profissão, que antes era prioridade masculina, já contribui para o amadurecimento tardio. “Com a mulher no mercado e cada vez mais se tornando destaque em sua área, retiramos dos homens o peso da responsabilidade de ter que dar conta de bancar uma família. Hoje, as coisas estão mais divididas”, diz Cida.

Aos 53 anos, o médico Sérgio Duval conta que, depois dos 50, ficou mais comedido. Se antes um engarrafamento o irritava, hoje ele diz ter a sabedoria de entender “que não adianta correr nessa vida”. “Você passa a ter mais tranquilidade e compreender o outro. Nunca fui de fazer planos. Hoje, faço planos para daqui a 20 anos”, comemora. Para Sérgio, toda mulher é obrigada a amadurecer mais cedo. “Ela para de brincar de boneca quando seu corpo se prepara para ser mãe”, comenta, dizendo que os homens de 50 têm a maturidade de uma mulher de 40. “Somos mais inconsequentes. Temos mais neurônios, porém, eles são usados para o futebol, o buteco, a cerveja e outros.” Uma das lições que Sérgio traz com a maturidade é o prazer de conviver . “Sou de sentar e bater um papo. Somos um conjunto de memória”, conclui.