Primeira etapa do Rock in Rio é marcada por protestos

Maratona pop do Rock in Rio recomeça na quinta-feira (21)

Rio de Janeiro – O sucesso de Pabllo Vittar, a ausência de Lady Gaga e a nova Cidade do Rock foram os assuntos mais comentados na primeira etapa do festival Rock in Rio, que recomeça na quinta-feira e será encerrado no domingo (24/9). No primeiro fim de semana, a força da diversidade cultural e sexual teve mais destaque do que as estrelas internacionais escaladas para impressionar o público.

LUCIANO BELFORD/AGIF/ESTADãO CONTEúDO
Alicia Keys e a líder indígena Sonia Bone Guajajara, domingo à noite, no Palco Mundo (foto: LUCIANO BELFORD/AGIF/ESTADãO CONTEúDO)

Essencialmente mais pop em seus três primeiros dias, chamaram a atenção no Rock in Rio a quantidade de atrações fora do palco principal e, como não poderia deixar de ser, a ausência de Lady Gaga. O ponto alto foi a presença arrebatadora da drag queen Pabllo Vittar – ovacionada duas vezes, mesmo sem ser escalada como atração de destaque. A solidariedade com os “órfãos de Lady Gaga” também foi bonita de ver.


Com apresentações corretas, mas nada que levasse o público à loucura do início ao fim dos shows, os astros internacionais agradaram, mas se destacaram mesmo pelo carisma. Justin Timberlake e Fergie, famosa por integrar o Black Eyed Peas, choraram de emoção diante da reação dos fãs. Aliás, Fergie conquistou a simpatia de todo mundo ao dividir o palco com Vittar, que cantou Sua cara. O público foi ao delírio.


A missão de arrancar gritos histéricos ficou por conta de um estreante no Rock in Rio, o ídolo teen canadense Shawn Mendes. O Palco Mundo recebeu também Ivete Sangalo, Skank, Frejat, Pet Shop Boys, 5 Seconds Of Summer e Walk the Moon.

FILAS A casa nova, o Parque Olímpico da Barra da Tijuca, foi muito bem montada e não deu motivo para reclamações. As exceções ficaram por conta das filas para os banheiros e para comprar comida logo depois dos shows. Com o dobro do espaço da edição anterior, o público precisou de fôlego para conhecer os quatro cantos da Cidade do Rock.


O novo endereço abrigou muito bem atrações alternativas como o espaço Game XP, os esportes radicais (tirolesa, roda-gigante e montanha-russa), a tenda eletrônica, o Rock District e a Tenda Raízes, em homenagem à África. A Digital Stage, casa dos youtubers, trouxe o fenômeno Whindersson Nunes, que atraiu grande plateia.

ELZA Mas coube ao Sunset, palco alternativo com gabarito de palco principal, oferecer as melhores experiências dos primeiros dias do festival. A estreia de Elza Soares no Rock in Rio foi um desses momentos. Ao lado do rapper Rael, ela arrancou aplausos da plateia atenta e vibrante. Foi dali também que o trio Liniker, Almério e Johnny Hooker protestou contra a homofobia.


Protestos, aliás, foram a marca desse Rock in Rio. As palavras de ordem “Fora Temer!” se repetiram ao longo de vários shows. Sábado, o mineiro Samuel Rosa, durante o show do Skank, não perdoou os políticos. “Nosso dinheiro está indo para o ralo. Dinheiro que devia estar indo para mais leitos de hospitais, para a educação, para formar cidadãos, para as estradas”, afirmou. E completou: “Vocês são piores que ladrões, vocês matam gente”.


Outra reivindicação foi a preservação da floresta amazônica. Isso ocorreu do início da festa, na sexta-feira, por meio das palavras da modelo Gisele Bündchen, ao domingo, quando Alicia Keys levou para o palco principal a líder indígena Sonia Bone Guajajara, que denunciou as demarcações realizadas pelo governo Michel Temer.


Na quinta-feira, a maratona pop recomeça. Até domingo, vão se apresentar Aerosmith, Bon Jovi, Guns N’ Roses, The Who, Sepultura e Red Hot Chili Peppers.

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