Roberta Miranda sobre sexo: 'quem come de tudo não passa vontade!'

Em entrevista ao Estado de Minas, pioneira do 'feminejo' fala sobre sua vida íntima, sucesso na internet e início da carreira, iniciada há 30 anos

por Cecília Emiliana 07/07/2017 07:00
Guto Costa/divulgação
(foto: Guto Costa/divulgação)
‘Os tempos mudaram’ - crava o título do novo DVD de Roberta Miranda, recém-chegado às lojas e plataformas virtuais. Desde que a cantora iniciou a carreira, há 30 anos, muita coisa mudou mesmo. Na ala country do showbizz então, nem se fala. Nos idos de mil novecentos e oitenta e conga la conga, Roberta era praticamente uma voz solitária no sertanejo, acompanhada por referências distantes como As Galvão (donas do clássico hit Beijinho Doce), entre outras pouquíssimas. Hoje, momento em que a própria Roberta tornou-se respeitada referência, a história é outra - bem-cantada por personagens femininas como Marília Mendonça, Naiara Azevedo, além das duplas Simone & Simária, Maiara & Maraísa, Day & Lara, e muitas outras.

E para a felicidade de quem acompanha a paraibana de 60 anos, ela não é do tipo que se senta sobre o título de “patrimônio musical” para viver de nostalgia e colher reverências. Muito antes pelo contrário: anda no recreio com as agrogirls do presente, que, aliás, fez questão de reunir neste último trabalho para cantar, em coro, uma de suas canções mais conhecidas: Majestade e o sabiá. Outras 6 das 14 faixas do disco contam com a participação de jovens artistas - caso de Meu dengo, com Solange Almeida; Dói, com Naiara Azevedo; e Vá com Deus, com Maiara & Maraísa.   “Eu, Marília, Naiara, Solange, Maiara, Maraísa, as meninas todas, a gente tem um grupo de Whatsapp! Você precisa ver o carinho que temos umas com as outras. É ‘meu amor’ pra cá, ‘te amo’ pra lá’, a gente se adora mesmo. Admiro o trabalho de todas elas, fico muito orgulhosa de ver onde todas chegaram”, conta a sertaneja.

Outra prova de que o rolê da compositora é mesmo o da juventude são seus os perfis nas redes sociais, onde ela acumula perto de 2 milhões de seguidores. Musa da web, a sertaneja é pauta frequente da  imprensa por conta da repercussão de seus posts sobretudo no Instagram, rede em que ela já publicou de nudes a fotos que ilustram seu mau humor matinal. No Twitter, quebrou várias a internet com hilárias publicações do tipo “Olho para o teclado de meu PC. Não sei mais  o que dizer, só sentir…”. Referia-se à notícia da morte da diva pop Whitney Houston, em fevereiro de 2012. Acabou filosofando. Bem-humorada, “vestiu” a frase em julho do ano passado para ir ao programa global Encontro. Literalmente. Sim: ela mandou silcar o tweet na camiseta que usou no palco da atração comandada por Fátima Bernardes. Esperta e, possivelmente, bem-assessorada que é, não perderia mesmo a oportunidade. “Eu computo tudo. Sei tudo sobre o meu público no virtual. Para você ter uma ideia, a idade do pessoal que me segue varia entre 25 e 30 anos.  Meu vídeo mais visto - aquele em que eu apareço fazendo mamografia, para incentivar as mulheres a não se descuidarem da prevenção ao câncer de mama - teve mais de 700 mil visualizações. Mantenho uma equipe só para cuidar das minhas redes pra mim”, relata.

Imagine se seguidores da majestade country tivessem acesso às mensagens privadas que ela recebe… Kim Kardashian, certamente, comeria tanta poeira, que desistiria da “carreira" de celebridade. “Meu inbox come solto! As vezes eu morro de vergonha! Outro dia veio um rapaz de 19 anos me dizer que se tocava todo dia olhando para os meus seios, que apareceram no vídeo da mama!”, disse.

Você é super ousada, deve receber muitas mensagens “calientes” de admiradores. Como administra isso?
Olha, o assédio vem não só de admiradores, como de admiradoras. Uma loucura! Algumas abordagens me deixam até constrangida! 

E quando o assédio é feminino, como você reage? Já ‘encarou’ alguma fã?
As vezes eu finjo que eu não li, ou então levo na brincadeira. Uma vez me perguntaram se eu era Lésbica. Olha, minha filha, eu não sou. Eu sou tudo! Quem come de tudo não passa vontade! Já experimentei de tudo nessa vida.

Você vem de um tempo em que o contato com os fãs não era tão direto e a exposição era menor. Mas se sai bem no manejo das redes sociais. Em algum momento estranhou isso?
Eu não invento um personagem nas redes sociais. Quem me conhece de perto sabe que eu sou porra louca daquele jeito mesmo, sempre fui meio palhaça. O que muda é o jeito de interagir, a linguagem. Na internet, a gente fala de uma maneira quase ta ti bi ta ti, meio ridícula, mas bonitinha. As pessoas é que tiveram uma surpresa ao terem a oportunidade de me acompanhar fora do palco. Acho que esperavam uma mulher séria, talvez por causa de muitas das minhas composições, que falam de amor sofrido, no estilo bolero. 

Suas composições românticas levam a crer que você é uma mulher que se apaixona ou se apaixonou muito na vida. Procede?
Hoje estou numa fase casta. Mas já fui o cão em forma de gente. Ninguém nunca ficou sabendo porque sempre fui reservada, apesar de brincalhona. Por exemplo: já tive 3 namorados ao mesmo tempo, um não sabia do outro. Quando se é jovem, pega-se um balde de amor e joga-se no lixo. O tempo passa, a gente sossega, passa valorizar mais a qualidade da companhia. 

Como foi seu começo no showbizz do sertanejo, que era um meio muito mais masculino e machista do que é hoje?
Foi muito difícil, você não tem nem ideia. As gravadoras não queriam nem saber de mim. Meu primeiro contrato era só de um ano. Até dedo na cara de homem já tive que botar pra impor respeito.

OS TEMPOS MUDARAM

• De Roberta Miranda
• Sony Music
• Preço sugerido: R$ 34,90

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