Jaloo exibe sua verve autoral em show na capital

Músico paraense se apresenta com dançarinos de passinho da ONG Lá da Favelinha

por Estado de Minas 09/06/2017 08:00

Jr. Franch/divulgação
Jr. Franch/divulgação (foto: Jr. Franch/divulgação)
Jaloo nasceu brega, pode ser chamado de experimental e acumula público e sucesso na cena pop. Depois de sair da Região Metropolitana de Belém do Pará, mudar-se para São Paulo e lançar seu primeiro disco, #1, em 2015, o artista enfrentou o desafio de se apresentar para multidões de fãs. Hoje, ele desembarca em Belo Horizonte pela terceira vez. Vai cantar no palco d’A Autêntica, celebrando a alegria e a tristeza.

“Desde que colocamos esse show na estrada, muita coisa mudou, principalmente em relação à execução das músicas. Percebemos que o propósito de algumas delas seria melhor explorado se a gente deixasse tudo mais solto, mais ao vivo”, conta ele. A proposta de apresentações em clima mais orgânico vem da evolução do relacionamento de Jaloo com suas próprias canções e também do amadurecimento de suas performances ao vivo.

Prestes a completar 30 anos em setembro, o artista conta que, apesar de os shows terem como referência a estrutura usada por cantoras pop – figurino, danças e interações com o público –, tudo é feito de forma a celebrar sua verve autoral. “Nesse disco, tentei explorar da melhor forma possível todo o meu conhecimento musical, sem esquecer a minha própria verdade”, comenta ele. Com 12 faixas, o álbum transita entre a felicidade e a melancolia em ritmos que mesclam música eletrônica e elementos das culturas paraense e indígena.

LIBERTAÇÃO Apesar do clima de celebração de seus shows, nem sempre Jaloo foi um performer notável. “Esse disco reflete muito uma fase da minha vida em que eu era muito introspectivo, não expressava nem mesmo minha sexualidade”, comenta. O álbum foi uma libertação bem-vinda, que toma corpo, ritmo e coreografia nas apresentações. “É sobre essa coisa ingênua de ser dramático e passional. Se você vai ficar em cima do palco em frente ao público durante uma hora, as pessoas precisam sair dali achando que foi a melhor coisa”, explica.

Para isso, Jaloo vai incluir as principais canções do disco – Insight, Ah! Dor!, Last dance – e o último single, Chuva. Composta por Thalma de Freitas, ela foi lançada em 2012 pela paraense Gaby Amarantos. Na versão de Jaloo, a faixa perdeu a guitarra tecnobrega e ganhou abordagem etérea e mística. “Quando Gaby lançou a música, fiz um remix. Como ela não lançou e eu precisava montar repertório para shows, tirei a voz dela e coloquei a minha”, conta. “Chuva mistura amor e ciência. Acabou virando um hit maior do que eu esperava”, comenta.

Com look andrógino e “carão”, ele  promete surpresas, como o mashup da música que mistura o funk carioca de MC Carol com o instrumental alucinado da artista canadense de synthpop Grimes, batizada por ele de Oblivion Loló.

JALOO
Hoje, às 22h. Com dançarinos de passinho da ONG Lá da Favelinha. A Autêntica, Rua Alagoas, 1.172, Savassi. Ingressos: R$ 35 (2º lote). Vendas on-line no site Sympla. Classificação: 18 anos.

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