Dama do tango argentino, Amelita Baltar faz apresentação única em BH nesta terça

Espetáculo acontece no Grande Teatro do Palácio das Artes e promete transportar o público à Buenos Aires e presta homenagem à Astor Piazzolla

por Ana Clara Brant 09/05/2017 08:30

Fredy Builes/REUTERS
Amelita Baltar, que foi casada com Piazzolla e amiga de Vinicius de Moraes, é a convidada especial do espetáculo. (foto: Fredy Builes/REUTERS)

A primeira vez que a cantora de tango argentina Amelita Baltar veio ao Brasil foi no começo dos anos 1970, para uma série de apresentações com seu então marido, Astor Piazzolla. Desde então, a artista, que é considerada uma das maiores especialistas no gênero, estabeleceu uma ligação de amor e carinho com os brasileiros. De volta ao país com o espetáculo Uma noite em Buenos Aires, que tem apresentação única na noite desta terça-feira, 09, em Belo Horizonte, no Palácio das Artes, ela afirma: ''Tive a sorte de ser bastante aplaudida e querida desde a primeira vez em que estive em um palco no Brasil. O brasileiro, em geral, adora o tango, e eu adoro os brasileiros''.


Prestes a completar 77 anos de vida e 55 de carreira, Amelita estará acompanhada de cantores, bailarinos e orquestra, incluindo o diretor musical, bandoneonista, compositor e arranjador Carlos Buono, e de Alberto Bianco, intérprete de Piazzolla. Com direção musical do próprio Buono e direção e produção geral de Manoel Poladian, os artistas farão um tributo para o autor de clássicos como Libertango, Adios nonino e Balada por un loco.

A cantora, que chegou a atuar em novelas, filmes e peças de teatro em seu país, conta que o lado musical acabou falando mais alto, mas que a faceta atriz se faz presente quando solta a voz. ''O tango é um gênero que exige uma interpretação forte. Então, a atriz e a cantora se misturam algumas vezes. Mas não pode exagerar'', avisa.

Amelita chegou a se destacar na música folclórica argentina, gênero com o qual ganhou o Festival Internacional del Disco em Mar del Plata, quando foi convidada por Piazzolla para realizar a famosa ópera Maria de Buenos Aires, que fez turnê pela Europa. ''Foi ali que nos conhecemos. É um artista atemporal, eterno e sua obra é universal. É impressionante o sucesso que ele fez e ainda faz nos Estados Unidos e na Europa. Como homem, tivemos momentos muito felizes e outros menos felizes, como em todo relacionamento. Foram sete anos intensos'', conta.

RENOVAÇÃO

Apaixonada pelo tango desde menina, ela admite não ser tão entusiasta da renovação do gênero, com a inclusão de elementos eletrônicos. ''Acredito que tudo tem seu lugar no mundo. É interessante essa renovação, acho legal os jovens fazerem uma experimentação. Confesso que gosto de alguma coisa ou outra, mas não sou muito fã'', diz.

Amelita Baltar ressalta ser uma profunda admiradora da música brasileira e diz que chegou até a fazer um espetáculo que originou um disco em que canta Vinicius de Moraes e Piazzolla. ''Eu era grande amiga do Vinicius, e a gente convivia muito na época em que eu era casada com o Astor. Mesmo após a separação continuamos tendo contato. Este trabalho que fiz é um dos mais especiais da minha carreira. Imagina um disco com metade Vinicius e metade Piazzolla, mesclando tango e bossa?''

 

A versão 2017 da turnê brasileira de Uma noite em Buenos Aires já passou pelo Rio de Janeiro e segue para Curitiba e São Paulo depois de sua passagem pela capital mineira. ''Eu me sinto abençoada. Estou trabalhando muito e vivendo um momento bem feliz da minha trajetória'', festeja Amelita.

Uma noite em Buenos aires
Terça-feira, 09, às 21h, no Grande Teatro do Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro. (31) 3236-7400). Ingressos: Plateia I: R$ 240 (inteira) e R$ 120 (meia); Plateia II: R$ 200 (inteira) e R$ 100 (meia); Plateia superior: R$ 160 (inteira) e R$ 80 (meia). Venda na bilheteria do teatro e no site: www.ingresso.com.

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