Júlia Rocha faz show neste sábado com parte do repertório de seu CD inédito Cheiro de flor

Novo trabalho tem lançamento previsto para maio; álbum de samba trata do 'lugar da mulher'

por Cecília Emiliana 11/02/2017 10:36
Andre Carvalho/Divulgação
'Cheiro de flor vem da música Sementinha, que eu fiz para a minha filha, logo quando soube que estava grávida. Eu me referia a ela assim, antes de saber se era menino ou menina. Um dos versos diz: Vou respirar seu cheiro de flor' (foto: Andre Carvalho/Divulgação )
A cantora Júlia Rocha está grávida de nove meses, prestes a dar à luz à sua primeira filha. Mas esse não será o primeiro parto da mineira neste ano. Antes de Gabriela (assim vai se chamar o bebê) nasceu Cheiro de flor, disco que artista acaba de gravar.

O álbum é sonho antigo de Júlia, que vinga após longo período de gestação. Finalizado este mês, o CD tem 13 faixas de samba. O lançamento está previsto para maio, quando a mamãe de primeira viagem encerra o período de licença-maternidade.

O choro da “criança”, contudo, já começa a circular por aí. Hoje, chegará aos ouvidos de quem conferir o  show Samba do pagamento, em que ela apresenta parte do repertório do disco. Realizado mensalmente no primeiro sábado após o 5º dia útil – a data do pagamento de grande parte dos trabalhadores – o espetáculo terá palco no bairro Prado, Zona Oeste da capital.

A canção que inspirou o título do CD, porém, é uma das que não estão incluídas no set-list do show. Só mesmo Gabriela, musa inspiradora da composição, terá o privilégio de conhecê-la antes que o disco chegue à praça. “Cheiro de flor vem da música Sementinha, que eu fiz para a minha filha, logo quando soube que estava grávida. Eu me referia a ela assim, antes de saber se era menino ou menina. Um dos versos diz: Vou respirar seu cheiro de flor. Gostei dele e achei que esse deveria ser o nome do álbum”, conta a cantora.

NOVOS TALENTOS
Sete das 13 faixas do trabalho foram compostas por Júlia e músicos parceiros. As outras seis foram garimpadas Brasil afora, elaboradas por sambistas pouco conhecidos do grande público. “A ideia era fazer algo um pouco diferente do que já está sendo feito, além de mostrar que o samba não está só no Rio ou em São Paulo. Quando a gente abre a janela para novos talentos, percebe que, no Brasil inteiro, há ótimos compositores”, observa.

Outro destaque do projeto é sua voz majoritariamente feminina. Não só a de Júlia – que é a que se ouve cantar – mas a que ecoa nos temas e nas assinaturas das composições. “Quando fizemos a coletânea do nosso repertório autoral, vimos que ela ficou com essa pegada feminina. Daí, quando abrimos o disco à participação de outros artistas, resolvemos reforçar isso. Selecionamos faixas com essa intenção, de falar do lugar da mulher, e cantadas por mulheres, mesmo quando são de autoria masculina”, explica.

Entre as autoras escolhidas por Júlia, está uma companheira “herdada” do The voice Brasil, o reality global que ela disputou em 2015, depois de ser rejeitada um ano antes. “Em 2014, cheguei até a última seleção. Fui chamada para gravar, mas, no dia, já com figurino, cabelo e maquiagem, fui dispensada! Nesta mesma situação ficou a Marília Sodré, cantora compositora e grande violonista baiana. Desde então, não perdemos contato e hoje ela está comigo no disco, tanto na gravação dos violões de seis e 12 cordas, como também em diversas composições que são parcerias nossas. Isso vale mais que qualquer troféu.”

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