Trio paulista 'O Terno' convida Tulipa Ruiz para show hoje em comemoração aos dois anos d'A Autêntica

Quatro amigos retornam à capital mineira e mostram repertório do álbum 'Melhor do que parece' na casa fundada com o objetivo de ser um reduto da música alternativa e independente

Felipe Poroger/Divulgação
Tim Bernardes, Guilherme d'Almeida e Biel Basile, que formam O Terno, retornam à capital mineira e mostram repertório do álbum Melhor do que parece (foto: Felipe Poroger/Divulgação)

Quatro amigos fizeram a aposta de abrir em BH um reduto da música autoral e independente. Neste mês de fevereiro, A Autêntica completa dois anos como um endereço consolidado na cena alternativa da capital mineira. Para a comemorar a aposta que vão vencendo até aqui, os amigos convidaram uma das mais significativas bandas independentes nacionais, o power-trio paulistano O Terno, para se apresentar hoje, numa noite comemorativa que reúne ainda Tulipa Ruiz (como convidada dos paulistas) e as bandas mineiras Mordomo e a Valsa Binária.

Com uma estética única que mistura referências sessentistas e contemporâneas, o trio formado por Tim Bernardes, Guilherme d’Almeida e Biel Basile desembarca na capital mineira pela segunda vez com a turnê de seu terceiro disco, Melhor do que parece, lançado em agosto de 2016. “A gente está muito feliz em fazer essa apresentação. A última vez foi especialmente boa, com a casa cheia e um público muito legal”, comenta Tim, vocalista do grupo. Ele é quem está por trás das letras espontâneas e corajosas do álbum, com 12 faixas que mesclam diferentes estilos musicais entre o rock e a música brasileira, que poderiam soam como um tropicalismo atualizado.

Neste trabalho, o trio deixou de lado os temas acinzentados de 66 (2012) e O Terno (2014), para lançar mão de uma sonoridade solar e vibrante, sem abandonar a seriedade das letras autocríticas e irônicas, tampouco a estética psicodélica. Tudo isso deu lastro para que eles criassem a música Minas Gerais, em homenagem ao estado pelo qual os três têm bastante carinho. “Essa música é inspirada em algumas viagens que a gente fez”, conta Tim. Uma delas foi a desculpa perfeita para que eles conhecessem melhor o baterista Biel, na banda desde 2015. “Nós entramos num carro e fomos para o Festival de Inverno de Diamantina fingir que éramos uma banda.” O grupo ‘de brincadeira’ foi batizado de Juscelino e os Kubitschekers e rendeu sete shows em sete dias, além da entrada definitiva do baterista.

Rodrigo Schmidt/divulgação
Tulipa Ruiz sobe ao palco com a banda para dar um tom pop à apresentação de hoje (foto: Rodrigo Schmidt/divulgação )

CRESCIMENTO
Sem medo do mainstream, eles decidiram virar pop de vez. “A trajetória d’O Terno foi bastante gradual, na verdade. A gente não teve um salto. Como banda, é interessante ver esse crescimento, porque, além de chegar a lugares muito bacanas, cada vez mais o público é maior e, ao mesmo tempo, a gente pode fazer as coisas do nosso próprio jeito”. Jeito esse que conquistou a cena independente sem afetações, estabelecendo o grupo como um dos mais prolíficos e representativos do cenário musical paulistano. “A bandeira que a gente levanta é a de fazer o que a gente gosta. E cada vez mais as gravadoras estão abertas para coisas diferentes. Passou do ponto em que ser alternativo é uma coisa exclusiva. E o interessante disso é que é uma cena focada na criatividade”, pondera Tim.

Além de suas baladas de amores e loucuras, O Terno não apresentará, no show de hoje, grandes novidades em relação à passagem do grupo pela mesma casa, em outubro de 2016, na ocasião do lançamento de Melhor do que parece. O diferencial será a presença de Tulipa Ruiz no palco. “A ideia é que a gente não faça apenas coisas um do outro”, adianta, relembrando a última vez em que se encontraram, quando Tulipa cantou a música Culpa, d’O Terno, enquanto eles interpretaram Efêmera, lançada em 2010 pela cantora. “Nós trazemos uma mistura de maluquice com pop”, comenta Tim, defendendo o ponto exato em que os artistas se encontram, ainda que Tulipa tensione mais para o pop e O Terno fique com a maluquice.

Diferentemente do que diz a letra da música que dá nome ao álbum, Tim se mostra bastante antenado em relação ao cenário musical alternativo de Minas, citando Iconilli e Graveola como as bandas que conhece e cujo trabalho acompanha. “Vira e mexe, surge um mineiro aqui nas nossas playlists”, diz.

O Terno + Tulipa Ruiz, Mordomo e Valsa Binária
Show de aniversário de dois anos d’A Autêntica (Rua Alagoas, 1.172, Savassi, (31) 3654-9251). Hoje, a partir das 23h. Abertura da casa às 22h. Ingressos: R$ 40 (antecipado) e R$ 50 (na porta). Mais informações: www.aautentica.com.br

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