Gastão Villeroy lança 'Amazônia, Amazônia' pela Biscoito Fino

Com 10 faixas inéditas, o álbum reúne músicas instrumentais e canções em português, espanhol e inglês

por Ana Clara Brant 06/12/2016 08:00

Marcos Hermes/Divulgação
Marcos Hermes/Divulgação (foto: Marcos Hermes/Divulgação)

Foi durante um ensaio de uma turnê pela Itália ao lado de Milton Nascimento que, de certa maneira, nasceu o primeiro disco solo de um dos baixistas mais renomados do país, Gastão Villeroy. Enquanto passava o som, o músico fez alguns vocais que impressionaram Bituca. “Ele acabou me convidando para cantar Morro velho com ele durante toda a temporada e, anos depois, me chamou para dividir uma faixa em um disco que saiu somente na Inglaterra, para a revista Seleções. Ali era como o começo mesmo da carreira de cantor e com o aval de ninguém menos do que Milton”, recorda.


O cantor e compositor mineiro não poderia estar de fora do projeto que acaba de ser lançado pela Biscoito Fino. A faixa Ismália foi criada a pedido de Milton e Lucas Guimaraens, bisneto do poeta ouro-pretano Alphonsus Guimaraens (1870-1921). Outra que também tem uma participação importante nesse processo de soltar a voz de Villeroy é Maria Gadú. A cantora sempre deu espaço para que Villeroy cantasse em seus shows, dividindo os vocais com ela, como em Laranja (Maria Gadú) e Maria Solidária (Milton Nascimento e Fernando Brant). “Aí eu vi que dava para cantar. Eu já tinha começado a compor algumas músicas e tudo se encaixou”, diz.

O mais curioso é que a música que batiza o disco, Amazônia, Amazônia, ganhou letra de Márcio Borges sem ele nem saber do que se tratava a composição. “Não mandei briefing nenhum. Inicialmente, ela se chamaria Música mineira, mas a sintonia foi tão grande que o Marcinho fez uma letra sobre a Amazônia. Por coincidência, eu estava numa onda meio amazônica, tinha viajado pra lá e tudo se casou. O álbum acabou ganhando esse nome”, conta.

INÉDITAS As 10 faixas são inéditas e, como destaca Gastão Villeroy, trata-se de um trabalho híbrido, porque reúne canções instrumentais – como as que abrem e fecham o CD, Caballito e Pampa andaluz, respectivamente – e cantadas em português, espanhol e inglês. “Sou de São Gabriel, fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai, então a gente escuta e ouve muito castelhano. Por isso acabei fazendo Ilusionado com o Vitor Ramil e Buscando tu amor com o Nelson C. Castro, (a canção, inclusive, conta com a participação de Chico Chico, filho de Cássia Eller), ambas em espanhol, e ainda tem I would never be enough, minha parceria com o Jesse Haris, em que faço um dueto com a Kika Werner, minha ex-esposa”, conta.

Aliás, o que não faltam são convidados especiais. Além de Bituca, Gadú e os artistas já citados, Amazônia, Amazônia conta com Lenine, Seu Jorge, Samuel Rosa e o argentino Antonio Birabent. “Acabei escolhendo pessoas que estão muito próximas de mim e o mais bacana é que cada música tem muito a ver com aquele artista que está interpretando. A do Samuel, por exemplo, Na picada da maré, que fiz com o Chico Amaral, é a cara dele”, celebra.

O disco foi lançado em uma apresentação no Rio. Villeroy deve fazer shows do disco também em São Paulo, agora em dezembro, e em BH, em janeiro. “A turnê para valer será em março, depois do carnaval. Mas te digo que já estou pensando em um segundo disco. E deve ser gravado nos Estados Unidos.”



Amazônia, Amazônia  Gastão Villeroy
Biscoito fino
Preço: R$ 27,90

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