Confira 20 curiosidades sobre O samba poconé, do Skank

Turnê que celebra as duas décadas de lançamento do álbum chega a Belo Horizonte neste sábado

por Pedro Galvão 21/10/2016 16:20

Reprodução / Skank
(foto: Reprodução / Skank)
‘É uma partida de futebol’, ‘Garota nacional’, ‘Tão seu’. Os versos dessas canções projetaram o Skank definitivamente para fora de BH, para se tornar uma banda do Brasil e do mundo. Elas fazem parte de ‘O samba poconé’, cujo lançamento completa 20 anos em 2016, com direito a uma turnê comemorativa que chega neste sábado a BH. O show será no BH Hall (Avenida Senhora do Carmo, 230, Savassi), às 22h30. Enquanto a hora não chega, listamos 20 curiosidades para homenagear as duas décadas do álbum:


1.Samba o quê?

Poconé é um município no Pantanal Mato-grossense. Embora o Skank nunca tenha ido até lá, a sonoridade do nome agradou aos músicos, que julgaram o título adequado para o álbum recém-gravado, cujas músicas mesclavam vários ritmos e linguagens dos interiores do Brasil. “É uma referência à cultura popular, aos lugares que a gente tocava na época, que era o interior do Brasil, e as misturas de referência musical que nos influenciava na época”, afirma o guitarrista Henrique Portugal.

 

2. Homenagem local

Em 2015, em um show em Cuiabá, capital do estado, o vocalista Samuel Rosa foi presenteado com uma camisa do Poconé Esporte Clube. Neste ano, o time acabou rebaixado para a segunda divisão do campeonato mato-grossense.

Poconé Esporte Clube / Divulgação
Henrique Portugal e Samuel Rosa com a camisa do Poconé (foto: Poconé Esporte Clube / Divulgação)
 

 

3. “O centroavante , o mais importante”, foi Nando Reis

No chamado ‘país do futebol’, talvez nenhuma música represente tão bem o esporte mais popular do mundo como a faixa de abertura de 'O Samba poconé'. ‘É uma partida de futebol’ foi escrita por Nando Reis, na época integrante do Titãs, em parceria com Samuel Rosa.

 

4. O clipe ficou 1 a 1

Além do sucesso nas rádios, a música ainda emplacou um dos clipes de maior sucesso na TV brasileira na época. O vídeo foi gravado no Mineirão, em março de 1997, quando Atlético e Cruzeiro cumpriam tabela pela última rodada da primeira fase do campeonato mineiro. A Raposa até poupou alguns jogadores visando a Copa Libertadores.

 

 

Os integrantes da banda (Samuel Rosa e Henrique Portugal são cruzeirenses, enquanto Haroldo Ferretti e Lelo Zaneti torcem pelo Galo) aparecem nas arquibancadas, misturados aos torcedores, nas imagens que reúnem ainda lances da partida que terminou empatada em 1 x 1. Vítor marcou para o Galo e Reinaldo para o Cruzeiro.

 

5. E foi campeão na Audiência...

O clipe da partida de futebol foi o vencedor do prêmio Escolha da Audiência no VMB de 1997.

 

6. … e convocada para a Copa

‘É uma partida de futebol’ foi uma das músicas escolhidas pela FIFA para fazer parte do CD oficial da Copa do Mundo de 98, realizada na França.

Reprodução / Internet
(foto: Reprodução / Internet )
 

 

7. Garotas nacionais e sem roupas

O clipe no Mineirão não foi o único de ‘O samba poconé’ a “quebrar a MTV” (Em 1996 o Youtube nem sonhava em existir, não se esqueçam). Principal hit do álbum, ‘Garota nacional’ surpreendeu o país ao exibir algumas atrizes globais e modelos com os seios à mostra em cenas bem picantes. As protagonistas foram: Carla Marins, Ingra Liberato, Shirley Miranda, Cibele Larrama, Dominique Scudera, Paula Burlamaqui, Vanessa de Oliveira e Paloma Duarte.

 

 

8. “Berimbau blau, blau…” só que não

Ao contrário do que muita gente pensa, o refrão de ‘Garota nacional’ não se trata de um beatbox e tem sim uma letra que você possivelmente já cantou ele errado. O correto é:

 

“Ooooh!

Beat it laun,daun daun!

Beat it, loom, dap'n daun

Beat it laun, baun baun”

 

 Não tem nada de berimbau, nem de blau blau blau, nem qualquer outra coisa que você possa ter inventado.

Reprodução / Skank
É possível conferir a letra no próprio encarte do CD (foto: Reprodução / Skank)
 

 

 

9. Garota internacional

O sucesso de Garota Nacional foi tamanho que a música chegou a liderar o ranking da Billboard na Espanha por três semanas em 1997. Com ‘O samba poconé’, o Skank fez sua primeira turnê fora do Brasil, tocando em 14 países, dentre eles, Portugal, Espanha, Suíça, França, Itália e Alemanha.

 

 

10. Conexão Manu Chao

Parte do sucesso internacional de ‘O samba poconé’ pode se explicar pela presença do músico franco espanhol Manu Chao nos vocais de três faixas do disco (Zé Trindade, Los Pretos e Sem Terra).

 

Manu Chao / Reprodução
(foto: Manu Chao / Reprodução )

11. Apresentados anos antes, por um amigo em comum

Manu Chao e Skank se conheceram em 1992, alguns anos da gravação de 'O samba poconé', quando o artista esteve em BH com sua banda Mano Negra. Além de ser uma das bandas de abertura da noite, ainda no início de carreira, o Skank foi apresentado a Manu Chao por Paco Pigalle, que conhecia tanto os mineiros quanto os estrangeiros. Paco é dono de uma casa noturna voltada para a música alternativa internacional, localizada no bairro Floresta, em BH.

 

12. BH nas letras

 Embora seja um disco que mistura ritmos e linguagens de vários lugares, a terra natal do grupo tem seu espaço nas letras.  Em ‘Eu disse ela’, um dos versos diz: “Ondas amarelas na Contorno cheia, a cidade levemente me odeia”, enquanto “Tão seu” fala em “um filme à toa no Pathê”, se referindo ao antigo cinema localizado na Savassi.

 

13. “Tão nossa”

Outro hit do disco, ‘Tão seu’, estourou também na voz de Ivete Sangalo, quando ela ainda liderava a Banda Eva, em 1997. A faixa fez parte do repertório do disco ao vivo da banda, um dos mais importantes da axé music, que comandava as paradas de sucesso nacionais na década de 90.

 

 

14. “Meu coração é o seu”

Outra faixa que fez sucesso em outras vozes foi ‘Os exilados’, gravada por Luiza Possi.

 

15. Música perdida

Mais conhecida na voz de Daniela Mercury, a música ‘Minas com Bahia’, escrita por Chico Amaral e Samuel Rosa, faria parte do disco, mas acabou descartada. Para a alegria dos fãs, ela está incluída no repertório da turnê de 20 anos.

 

 

16. Arte dos cinemas no encarte

A capa com uma garota de topless e um gorila no fundo é outro aspecto marcante no disco, assim como as outras pinturas que compõem o encarte. Com produção do designer gaúcho Gringo Cardia, as imagens utilizadas são de autoria do artista espanhol José Robles e estampavam as fachadas de alguns cinemas de rua de São Paulo.

 

 

 

17. Zé Trindade chegou

Uma das músicas que contam com a participação de Manu Chao é ‘Zé Trindade’, terceira faixa do álbum. Zé Trindade era o nome artístico de Milton da Silva Bittencourt, ator, músico, poeta e comediante brasileiro de rádio, teatro, cinema e TV. Falecido em 1990, ele era famoso pelo jargão ‘’Mulheres, cheguei”.

 

18. Músicas de protesto

Além dos hits e apesar do tom alegre que predomina no disco, algumas músicas de protesto fazem parte do repertório de ‘O samba poconé’. Uma delas é ‘Sem terra’, que canta que “Na terra dos sem-terra / A barra vai pesar / Quem ignora erra / Quem quer ignorar”. A outra é ‘Los pretos’, que diz em espanhol: "Os negros que querem casas, são os negros que não as têm, me sinto com um deles, eu quero ser alguém”.

 

19. Faixa título também teve clipe

Menos badalado que os de ‘Garota nacional’ e ‘Partida de futebol’, 'Poconé', 11ª e última faixa do álbum também ganhou um clipe:

 

 

20. Nova versão

Para celebrar os 20 anos do disco que vendeu quase 2 milhões de cópias, a banda lançará em novembro uma versão comemorativa, com 29 faixas bônus que incluem remixes, versões alternativas e restos de estúdio, além das 11 originais.

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