Paula Fernandes fala sobre novo trabalho e meme na web

A cantora acaba de lançar o CD e DVD 'Amanhecer - ao vivo'

por Correio Braziliense 10/10/2016 10:16
Live Talentos/Divulgação
Paula Fernandes fala sobre ter virado meme na internet. (foto: Live Talentos/Divulgação)

 
Nos últimos dias, a mineira Paula Fernandes se tornou assunto na internet ao ter um vídeo viralizado na web, em que em um trecho de uma apresentação dança ao som da música Man! I feel like a woman, Shania twain. Os internautas compararam a cantora à estadunidense Beyoncé e à brasileira Joelma pelo rebolado e a ''bateção'' de cabelo. ''Eu acho a Beyoncé maravilhosa, mas nunca quis copiar'', afirmou bem-humorada.

Apesar do vídeo não fazer parte da nova turnê da cantora, a inserção de coreografias, mesmo que não pré-estabelecidas, é algo presente nas atuais apresentações de Paula, que fazem parte da turnê do CD e DVD Amanhecer — ao vivo, material lançado nos últimos dias. ''O Amanhecer é bem dançante. Estou lá com as minhas canções para emocionar e fazer as pessoas beijarem na boca, mas também tem o momento para se divertir e dançar'', explica.

Não é apenas o lado dançante que foi incorporado à carreira de Paula Fernandes. A mineira passou por uma repaginação total em Amanhecer — ao vivo, sob direção do ator e diretor Raoni Carneiro. Os figurinos coloridos e cênicos foram todos substituídos por roupas pretas, que, Paula define como simples e, ao mesmo tempo, sofisticadas. Os hits da carreira ganharam nova roupagem e o álbum ainda contou com quatro canções inéditas e duas regravações de clássicos do sertanejo, que marcaram o início de cantora no mundo da música.

 
Acompanhada sempre da mãe Dulce, que gerenciou a carreira da filha por 15 anos, Paula Fernandes esteve à frente de todos os processos de mudança na sua carreira apresentados no material. “Eu me sinto mais feliz, mais plena, mais leve. Essa é a melhor forma de definir (essa mudança). Naturalmente esse projeto aconteceu retratando esse meu momento”, completa. Ao Correio, Paula fala sobre o meme da internet, o novo trabalho e o cenário da música sertaneja. 

''PASSOS DE BEYONCÉ''
Isso foi uma surpresa para mim. (risos). Eu acho a Beyoncé maravilhosa, mas nunca quis copiar. Acho que cada artista é um artista, com suas particularidades. Apesar de ser um show em que eu não faço passos coreografados, é sempre legal criar. O show está mais dançante e o público está acompanhando. O Amanhecer é bem dançante e o público está assimilando muito bem esse momento. Estou lá com as minhas canções para emocionar e para fazer as pessoas beijarem na boca, mas também tem o momento para se divertir e dançar. Em Amanhecer — Ao vivo, eu faço uma homenagem ao Nordeste com um pout-pourri de xotes (Pra quem sabe sonhar/Esperando na janela/Espumas ao vento), que está agradando muito.

MATURIDADE
Essa mudança aconteceu de dentro para fora. É um momento de mais maturidade, de frescor. Tanto de vida, quanto profissionalmente, porque uma coisa interfere na outra. Eu me sinto mais feliz, mais plena, mais leve. Essa é a melhor forma de definir (essa mudança). Naturalmente esse projeto aconteceu retratando esse meu momento. Repaginamos tudo, do cabelo ao figurino. O cenário também está totalmente novo. Nós investimos em um conteúdo que combinasse com aquele momento do show e que contassem bem a história da música de uma forma que também ficasse a critério da imaginação das pessoas, de quem estava assistindo.

ESSÊNCIA
Durante um período, eu até senti uma certa pressão para me adaptar a esse momento de que algumas canções não têm tanto conteúdo. Mas acho que se fizesse algo diferente da minha essência, eu fugiria ao que me propus. Eu ainda acredito na letra e na mensagem. Creio que sempre haverá pessoas que curtem isso, que se sentem em paz ouvindo uma letra, que se fortalecem. A música faz sorrir, traz alegria. Essa é a minha missão, principalmente, emocionar.

DIVERSIDADE
A música sertaneja sempre existiu. Acho que a agora as pessoas são mais ecléticas. Aquele que gosta de samba, agora também ouve sertanejo. Acredito que pela mensagem, por ser uma música simples, foi o motivo da virada. Pelo menos falando por mim. Eu sou uma instrumentista de música que qualquer pessoa pode tocar em um bar, num restaurante, em casa. Então é mais fácil de assimilar. E a mensagem, que, no meu caso, é a mais importante.

MULHERES
Eu acho muito positivo as mulheres no sertanejo e já tem um tempo que eu estou observando isso. Quando eu cheguei ao mercado, em 2008/2009, pude observar essa mudança por intermédio das meninas que se encorajaram me vendo. Foi muito interessante. Já comecei a conferir no YouTube, vendo as meninas gravando minhas canções, fazendo voz e violão. Eu comecei a pensar que a situação realmente mudaria. Num período curto de tempo, as mulheres começaram a aparecer nesse cenário, o que me faz muito feliz de ter sido pioneira nessa década.

COMPOSITORA
Tudo me faz compor. Tudo me inspira. Acho que inspiração não tem hora para acontecer. Eu estou sempre atenta. É algo totalmente intuitivo. Não é nada que eu possa decidir compor em um dia específico. Gosto tanto de musicar quanto de fazer a letra. Se tiver que escolher entre um e outro, eu prefiro fazer a melodia. Embora, as letras me encantem, fazer a música toda é melhor. Mas tenho grandes parceiros, grandes letristas e pessoas que têm essa sensibilidade para fazer essa parceria comigo. Escolher um parceiro para uma música é quase como escolher o pai para o seu filho. Então tem que ter uma sintonia, uma ligação.

PÚBLICO
Eu estava observando mesmo como que as crianças e os velhinhos gostam muito de mim. É algo de todas as idades. Acho que é um público interessante, porque é familiar. Começa desde a infância. Tenho muitas fãs que levam os filhos no show e falam que a criança me escuta desde os 2 anos. Esses dias mesmo, eu estava gravando um programa de tevê e as meninas de 9 anos ficavam falando que me ouviam desde os 3. Eu até fiquei me sentido velha (risos). É realmente muito gratificante ver que a mensagem toca a todos de uma maneira igual, da criança ao adolescente, ao adulto e ao velhinho.

INSPIRAÇÕES
Sempre fui muito eclética para ouvir música e, claro, minha raiz é sertaneja obviamente. Mas gosto muito de música “gringa”. No Brasil, eu ouço de tudo. Às vezes uma frase e uma canção que eu nem conheço direito, me inspira. Sou muito musical, eu capto muito fácil.

O DISCO
Já estamos em turnê com o Amanhecer desde março deste ano. Fizemos o processo inverso. Começamos a fazer a turnê, fomos para fora, até para amadurecer o show. Eu achava que era algo importante. Agora nós temos um show bem equilibrado. Está tudo muito seguro. Fazer o contrário é mais difícil. Gravar um DVD sem experimentar. Amanhecer – Ao vivo então é resultado das nossas experiências pelo Brasil e pelo mundo a fora.

REPERTÓRIO
Foi muito difícil escolher. Nós fizemos uma enquete na internet perguntando quais eram as canções que não poderiam faltar nesse projeto. As campeãs foram Pássaro de fogo e Sensações, com certeza. Gravamos quatro canções inéditas (Olhos de céu, Eu vim te ver, Passarela do amor e Palavra errada) e regravamos dois clássicos, Nuvem de lágrimas e Desculpe, mas eu vou chorar. E fizemos novos arranjos para os outros sucessos.

CLÁSSICOS
Nuvem de lágrimas foi a primeira música que eu cantei para o meu avô. Inclusive, ele ficou superemocionado na época, mas eu já cantava há algum tempo. E a primeira música que eu cantei para a minha mãe foi Desculpe, mas eu vou chorar. Tem todo um sentido para mim.

SANDY
A participação da Sandy no disco foi uma unanimidade. Na verdade, foi o primeiro nome que pensei e a canção foi meio que natural também. Eu fiz Sensações para ela cantar. Na época, ela não gravou e agora ela não só gravou quanto cantou comigo. Foi muito emocionante recebê-la no palco. Acho que a gravação ficou incrível. O detalhe é que a gente não ensaiou, o Raoni (Carneiro, diretor do DVD) não deixou. A emoção foi realmente verdadeira. Eu achei que ia ser só na primeira vez, mas aconteceu nas três vezes que cantamos. Tivemos que fazer algumas edições, pois foi um choro danado.

PARTICIPAÇÃO
Além da Sandy, a outra participação foi do Pablo López, que fez uma versão de A paz desse amor em espanhol (que ficou La paz de este amor). Ele não pôde comparecer, pois ficou na Espanha, mas estava “em espírito”. Nós captamos as imagens dele, que apareceram num telão.

INTERNACIONAL
Para mim é maravilhoso (essa relação com artistas internacionais), porque acho só vem para brindar esse momento de carreira e de reconhecimento. É um prestígio ter um artista internacional participando de um projeto seu e ele se tornar seu amigo, você participar de um projeto dele. Isso só vem para somar.

ENVOLVIMENTO
Na verdade, eu sempre estou envolvida com maquiagem, figurino... Eu só não corto meu cabelo. Mas eu preparo, faço a maquiagem, participo da escolha dos figurinos. A mudança nos figurinos acho que foi muito interessante para esse projeto. Foi o Edu Amarante que desenhou e criamos esse novo personagem, uma Paula Fernandes mais simples e ao mesmo tempo sofisticada. Antes, eu era muito teatral no show. Tinha a menininha, a mulher romântica, a mulher fatal. Agora são todas em uma só.

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