Dionne Warwick faz show em BH neste domingo

Aos 75 anos, ela recusa o rótulo de diva e segue cantando Burt Bacharach e Hal David

por Mariana Peixoto 29/04/2016 08:00
MARK RALSTON/AFP
(foto: MARK RALSTON/AFP)
Do alto de seus 75 anos, Dionne Warwick é uma veterana também do Brasil. Vem visitando o país desde os anos 1960, chegando até a viver um breve período no Rio de Janeiro. Retorna a Belo Horizonte neste fim de semana, para show no domingo no Palácio das Artes.

Com paixão pela bossa nova, gravou há 10 anos com brasileiros como Gilberto Gil, Jorge Benjor, Ivan Lins, Simone, Emílio Santiago e Milton Nascimento. O encontro resultou no CD e DVD Dionne Warwick & amigos.

Mesmo que tenha ligação com a música brasileira, sua praia é a música americana. Foi introduzida a ela ainda criança, no gospel. Prima em primeiro grau de Whitney Houston, tornou-se conhecida mundo afora com canções sentimentais (hoje atemporais) da dupla Burt Bacharach e Hal David: Walk on by, I’ll never fall in love again, Raindrops keep fallin’ on my head, What the world needs now e The look of love, entre várias outras.

Na entrevista a seguir, concedida por e-mail ao Estado de Minas, Dionne Warwick fala de sua carreira, no passado e no presente. “Felizmente, as canções que se tornaram as favoritas do meu público são as que eu sempre cantei, então o repertório não é algo que me preocupa.”

DIONNE WARWICK
Show domingo, às 20h, no Palácio das Artes, Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro, (31) 3236-7400. Ingressos: Plateia 1 – R$ 300 e R$ 150 (meia); Plateia 2 – R$ 200 e R$ 100 (meia); Balcão – R$ 150 e R$ 75 (meia).

Entrevista
Dionne Warwick - cantora

“Amadureci como cantora”

Burt Bacharach e Hal David são os dois mais importantes compositores de sua carreira. É um desafio cantar as músicas deles?
As músicas que canto de Bacharach e David foram escritas para mim. Pode ser difícil para os outros cantá-las, mas como foram feitas sob medida para minha voz, não encontro dificuldade alguma.

Como é cantar bossa nova no país da bossa nova?
Eu amo bossa nova e não há diferença alguma em cantá-la em qualquer lugar onde esteja.

A passagem do tempo mudou, de alguma maneira, sua forma de cantar?
Fui abençoada porque consegui manter minha capacidade vocal (com a idade). Amadureci como cantora, assim como minha maneira de cantar.

Acredita que, se não fosse o gospel, você teria se tornado a cantora que é?
O gospel foi o primeiro estilo que cantei. Ele certamente tem um lugar de destaque na forma como interpreto uma canção, mas também posso dizer que outros tipos de música têm desempenhado papel muito importante na maneira como canto.

Você conheceu Marlene Dietrich. Como ela era?
Marlene era uma pessoa maravilhosa, uma mentora. Ela me deu conselhos muito bons em relação a este negócio que chamamos show.

Li em uma entrevista recente que você odeia que a chamem de diva...
Você está certa. Diva é um termo associado a cantoras de ópera e, certamente, não sou uma delas.

Acredita que alguma das cantoras que têm despontado na música americana têm o poder de ser tornar uma nova Whitney Houston?
Em uma palavra: não!

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