Centro Cultural UFMG promove Encontro de Sambadeiras

Projeto receberá também o Afoxé Bandarerê, Coco da Gente e o Samba da Meia-Noite

por Shirley Pacelli 12/03/2016 11:00
Acervo pessoal
(foto: Acervo pessoal)
“O samba é meu marido, meu amante. Tudo o que tenho é com o samba.” Aos 67 anos, dona Nicinha conta que passou ao menos 64 sambando. Assim como a neta, de 3, desde pequena ela batia os pés descalços no chão ao som do atabaque. A artista de Santo Amaro, no Recôncavo Baiano, é a atração principal do Encontro de Sambadeiras, no Centro Cultural UFMG.

Ao lado de 16 mulheres, dona Nicinha integra o grupo Raízes de Santo Amaro, formado em 1978 e uma das expressões do samba de roda mais respeitadas da Bahia. Elas tocam pandeiro, atabaque, cavaquinho, agogô e tamborim.

Nicinha foi a primeira mulher que se tem registro a praticar o maculelê. “Quero que as meninas todas aprendam a sambar. Vou a BH conhecer o grupo e dar força. Apesar de toda dificuldade e aperto, nunca vamos desistir”, afirma. Sambadeira, mãe e pedagoga, Marcela Cristina Alexandre, de 27, foi responsável pelo convite à baiana, ao lado de Valéria Silva. As duas integram o coletivo Forças Trançadas e participam do projeto Samba da Meia-Noite.

Marcela diz que o objetivo é ressaltar os fundamentos do samba em abordagem trazida pela mulher. Fininha, Baiana e Rosana Pires participarão de uma roda de conversa. “As falas das matriarcas mostram o tanto que elas sofreram. Machismo, dificuldade com filho, ser dona de casa... E ainda aguentavam agressões verbais do tipo ‘balança a bunda’”, comenta. Para ela, o samba só existe devido ao equilíbrio entre homem e mulher.

O Centro Cultural UFMG receberá também Afoxé Bandarerê, Coco da Gente e o projeto Samba da Meia-Noite, além de feira de artesanato e moda. O Encontro de Sambadeiras será realizado hoje, a partir das 13h. O espaço fica na Avenida Santos Dumont, 174, Centro. Entrada: um item de higiene pessoal. Informações: (31) 3409-8290.

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