Roberta Sá assina composições e direção artística em seu sexto álbum, 'Delírio'

Cantora considera o álbum uma obra sobre o universo feminino e o afeto

por Ana Clara Brant 07/12/2015 08:30
DARYAN DORNELLES/DIVULGAÇÃO
(foto: DARYAN DORNELLES/DIVULGAÇÃO )
Roberta Sá se considera uma pessoa bem simples e costuma se divertir com coisas comuns, como tomar uma cerveja com os amigos, um dia de sol, um mergulho. “E gosto de amar. É isso que me faz delirar”, revela. E é justamente o delírio que norteia e batiza o sexto álbum da cantora, que acaba de ser lançado em CD, vinil e plataformas digitais pela Som Livre e MPB Discos. A composição de autoria de Rafael Rocha, integrante da banda carioca Tono, é embalada por um ritmo pulsante, pilotado pelo baixo elétrico de Alberto Continentino, e poesia em palavras como E por vezes não dou conta e o meu coração se queixa/ O horizonte a cavalo vindo como grande onda. “Falar de paixão nos dias de hoje é um delírio. O mundo está tão louco, que às vezes me pergunto se existe espaço para o amor”, opina.

A faixa é apenas um dos destaques deste trabalho que conta com 11 canções, sendo oito inéditas. Boa parte delas é voltada para as relações amorosas, seja uma perda ou um encontro. Em Delírio, a artista nascida em Natal, no Rio Grande do Norte, e que está prestes a completar 35 anos, agora em dezembro, contou com convidados mais do que especiais. Martinho da Vila criou uma música especialmente para ela, o samba Amanhã é sábado, espécie de versão feminina do sucesso Disritmia. O português António Zambujo, que recebeu a cantora em um estúdio em Lisboa para o registro intimista e ao vivo de Covardia, de Ataulfo Alves e Mário Lago. A canção ganhou ares de fado, delineado pela guitarra portuguesa de Bernardo Couto. Boca em boca, o samba festeiro que encerra o álbum, é parceria entre Roberta e Xande de Pilares, que participa com o próprio cavaco. Sem contar Chico Buarque, que faz dueto com a cantora e compositora em Se for pra mentir, de Cézar Mendes e Arnaldo Antunes.

“Essas participações aconteceram naturalmente. Quando ouvi esse samba do Cézar e do Arnaldo, achei que parecia muito com o Chico. Mandei a música pra ele, que gostou e topou gravar. Já o Martinho veio me mostrar Amanhã é sábado na turnê que fizemos juntos em 2014. Eu adoro o samba Disritmia (composição de Martinho gravada em 1974) e sentia falta de um que falasse da mulher naquele lugar. O Zambujo é meu amigo de longa data. Tinha muita vontade de ouvir Covardia na voz dele, então, chamei-o para cantar comigo. Acho que é um disco feminino, e por isso chamei homens que amam as mulheres”, destaca.

Além de soltar a voz e compor, Roberta Sá foi a responsável pela direção artística do CD e acabou estreando na direção de arte. “Quando vi, tinha montado a equipe toda da capa e definido o que seria visualmente esse meu delírio. O sentimento é de realização e me sinto privilegiada em poder interpretar essas canções”, pontua. A turnê, que já passou por Rio de Janeiro, Recife, Fortaleza e Natal, estreou em Juiz de Fora e ainda não tem data para chegar a BH. “A escolha de começar por Juiz de Fora é porque lá tem um teatro lindo e fica muito perto do Rio. É um ótimo lugar para montar pela primeira vez, ver a reação do público. O Cine-Theatro Central permite isso. Essa turnê está sendo espetacular. Não poderia estar mais feliz. O público entende o disco melhor quando vai ao show. As canções ganham força no ao vivo e eu estou adorando estar no palco”, ressalta.

Roberta Sá – Delírio (Som Livre/MP,B Discos)
. Faixas: 11
. Preço sugerido: R$ 21,80

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