Ana Cañas lança em BH seu quarto álbum, 'Tô na vida'

No novo disco, cantora abandona o lado meigo para se entregar ao som mais pesado

por Shirley Pacelli 27/11/2015 08:00
Caroline Bittencourt/Divulgação
Depois de flertar com vários estilos, a cantora e compositora Ana Cañas diz que busca a própria essência (foto: Caroline Bittencourt/Divulgação)
Com gritos, loucura, atitude: um show visceral. “Pretendo cantar da forma mais verdadeira possivel”, avisa Ana Cañas ao público de Belo Horizonte, que poderá conferir a nova fase rock and roll da cantora no palco do Teatro Bradesco, neste sábado. Ao lado de Lúcio Maia (guitarra solo), Fabá Jimenez (guitarra base), Fabio Sá (baixo) e Marco da Costa (bateria), ela lança o disco Tô na vida na capital mineira.


No repertório, além dos sucessos de sua carreira, estão as inéditas canções de seu quarto álbum, essencialmente um disco de rock e o primeiro totalmente autoral. “Na verdade, ele não foi pensado dessa maneira. Foi o primeiro que fiz a demo de produção. As músicas selecionadas foram as mais aptas para dizer o que eu precisava nesse disco”, descreve.

A cantora e compositora revela que sempre teve uma inquietação com o próprio trabalho. “Meu show sempre foi superior ao disco. Nunca consegui refletir no CD a intensidade do show”, diz. Como forma de encontrar o equilíbrio, a gravação do novo trabalho foi feita ao vivo. “Fiz a opção de gravar meio ‘old school’. É a raiz da parada, sem fazer overdub. A essência do disco está ali”, ressalta.

O namorado Lúcio Maia, guitarrista do Nação Zumbi, acabou virando também parceiro profissional. “Não era a primeira opção. Quando fiz a escolha de que queria radicalizar, fazer som mais pesado, ele contribuiu não só na guitarra, mas como produtor, assim como o Mario (Caldato Jr.), que mixou”, explica Ana.

O álbum traz ainda parcerias com Arnaldo Antunes em Um dois um só e na faixa-titulo Tô na vida. Dadi assina também Hoje nunca mais e Pedro Luís, a canção O som do osso. “Acho que as minhas parcerias nunca estiveram tão bem resolvidas como agora. Envolve química. Tem coisa de afinidade, sintonia, ambientar ideias”, explica.

Com Arnaldo, Ana diz se colocar sempre na condição de fã. “Ele é um dos maiores. Temos parceria desde o segundo disco. Ele´e contemporâneo, mas acessível. Muito talentoso e despudorado. Escreve a letra na sua frente. Tem essa coisa de compor em grupo”, elogia.

ARRISCAR-SE Ao investir tudo no rock, Ana Cañas sabe do risco que corre diante de seus fãs. “É um momento em que talvez eu esteja trocando de público. Trazendo outros fãs. Tinha tentando fazer essa transição no segundo disco. Não fui feliz, porque não tinha a coisa resolvida na minha cabeça. A canção mais conhecida era uma balada meio folk”, diz. Ela acredita que perderá os fãs que a consideram uma cantora fofa e a conhecem dos sucessos das novelas. “É melhor correr o risco em algo que se acredita”, resume.

Tanto a capa do álbum, que traz Ana nua, quanto o clipe de Tô na vida, gravado por ela própria em seu apartamento, refletem a nova fase “mais crua” da cantora. “A questão da nudez tem a ver com a busca dessa essência de quem é a Ana. As pessoas têm dificuldade em dizer o que é o meu som. O que a Ana faz: MPB, rock, jazz? Sou eclética, flertei com muitos estilos. O clipe acompanha essa ideia: retratar o que sou”, ressalta a cantora.

Tô na vida
Neste sábado, às 20h30. Teatro Bradesco (Rua da Bahia, 2.244, Lourdes). Ingressos a R$ 40 (inteira).
Informações: (31) 3516- 1360

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