Dupla Edson & Hudson aposta no romantismo para dar a volta por cima

Após hiato na carreira e período de reabilitação, sertanejos Edson & Hudson apostam no romantismo derramado e contam com parceiros famosos no álbum Escândalo de amor

por Shirley Pacelli 18/10/2015 09:00

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MARCOS VIEIRA/EM/D.A.PRESS
A Dupla Edson & Hudson em apresentação em BH em 2008. Carreira foi interrompida entre 2009 e 2011 (foto: MARCOS VIEIRA/EM/D.A.PRESS)

“Ô paixão que me mata!” A expressão disparada entre um verso e outro da música 'Guarda-roupa vazio' define bem o sentimento que conduz o CD Escândalo de amor, novo trabalho de Edson & Hudson. Em meio ao sucesso de músicas que enaltecem a farra e desaconselham a dor de cotovelo, a dupla sertaneja ressurge com o simples convite de abrir-se ao amor. “É comprovado cientificamente por várias experiências e também pelo ‘IBGE da área’ que a canção romântica está aprovada”, brinca Edson.


Para o cantor, “o cara pode fazer mil músicas de balada, mas a que marca é a romântica”. Ele lembra Gusttavo Lima com o hit 'Inventor dos amores', e 'Cuida bem dela', de Henrique e Juliano. “Está no sangue, ainda mais nós, que somos latino-americanos. O tal do latino vive apaixonado. Isso faz parte da nossa cultura.” Já Hudson afirma que a aposta no romance se dá de forma natural, por ser o estilo da dupla. “A aceitação está sendo incrível. Acertamos sem ter que nos ‘prostituir’, fazer algo que não tem a nossa cara.”


O novo álbum, lançado neste ano pela Universal Music Brasil, traz 12 músicas carregadas de paixão. A faixa-título, 'Escândalo do amo'r, tem pegada retrô e lembra as famosas modas de viola das décadas de 1970 e 1980. A introdução foi feita por Evencio Raña Martinez, maestro responsável pelos arranjos de 'Estrada da vida', de Milionário e José Rico.


Entre os compositores da canção está Fatima Leão, que também assina a letra da famosa 'Dormi na praça', de Bruno e Marrone. Em lugar do guarda, a história se desenrola com um porteiro, que é obrigado a aguentar as lamúrias de um homem que quer ser recebido pela amada depois de uma briga. “Nos shows, quando começa a introdução, o pessoal grita e joga o chapéu pra cima. Meu pai sempre me falou para não perder a raiz da música sertaneja”, diz Edson.

ENTRE AMIGOS


Antigos parceiros, Bruno e Marrone voltam a dividir uma faixa com a dupla – 'Contagem regressiva'. Edson chegou a receber algumas recusas de Bruno, que não gostou das músicas propostas. “Então mandei Contagem regressiva, e ele disse que era a melhor música que nós gravamos nos últimos 10 anos”, conta. Os versos da canção, que é uma das apostas de sucesso dos irmãos, se destacam na disputa saudável de vozeirões entre Bruno e Edson.


O álbum ainda conta com a participação do “afilhado” Gusttavo Lima na levada de 'Tem que ter paixão'. Os amigos João Neto e Frederico assinam e cantam 'Viciado em você'. “O João mandou essa música e ali nasceu o contexto do disco”, conta Edson, que ouviu muita música latina, especialmente bachata (híbrido do bolero), no processo de produção e escolha do repertório.
Frederico assina a letra de três músicas. Paula Mattos, responsável por alguns dos sucessos da nova geração, como 'Cara de rica', de Erikka Rodrigues, traz 'Vai ser gostoso'. A música tem uma sonoridade mais moderna, com letra sensual: “Pensa só eu e você/fantasiando o prazer”. Edson estreia ainda a parceria de composição com o filho Victor Cadorini, de 14 anos, em 'Entre milhões'. A canção foi composta antes de o jovem viajar para fora do Brasil. “É uma música linda, tão pura”, descreve o sertanejo.


O disco demorou seis meses para ficar pronto. Para incrementar o áudio, o som foi revisto no estúdio por mais de 50 horas. A produção é de Luiz Gustavo, ex-baixista de Chitãozinho & Xororó e um dos precursores do sertanejo universitário. “Os arranjos foram feitos aos poucos, coisa bem gradativa”, esclarece Hudson.


Em dezembro, a dupla deve lançar a segunda tiragem do álbum, com uma 13ª faixa. Passada a turbulência de separação da dupla por dois anos, entre 2009 e 2011, e a reabilitação de Hudson após seu envolvimento com drogas, Edson vê essa nova fase da carreira como mais um degrau a ser vencido. “Já estamos fazendo shows em todos os estados do Brasil. O público tem tratado a gente com muito carinho. Passaram a acreditar na dupla de novo. Isso nos faz caminhar com pés mais firmes no chão. Amadurecemos”, afirma.

 

SAIBA MAIS: Origem circense

 

Nascidos e criados em família circense, os irmãos Cadorini tiveram apoio do pai, o palhaço e acrobata Beijinho, que percebeu o carisma e o talento dos filhos ainda crianças. De apresentações em praças públicas, rodeios e bailes a show de calouros, eles chamaram a atenção pela voz poderosa de Edson unida aos riffs de rock da guitarra de Hudson. A mistura nada usual atraiu fãs. Entre os hits da dupla estão Azul, Galera coração e Foi Deus. Entre 1995 e 2009, os irmãos lançaram 17 álbuns pelas gravadoras RGE, Sony Music, Deck Disc e EMI Music.

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