Baixista Alberto Continentino chega ao primeiro disco individual

'Ao som dos planetas' sintetiza carreira de 22 anos do garoto prodígio, filho do talentoso pianista Mauro Continentino

por Kiko Ferreira 18/07/2015 07:00

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Rogerio von Kruger/Divulgação
Com longa história, o baixista Alberto Continentino lança primeiro disco solo (foto: Rogerio von Kruger/Divulgação)

Um dos três filhos talentosos do igualmente talentoso pianista Mauro Continentino, o baixista Alberto Continentino chega ao primeiro disco individual, 'Ao som dos planetas', promovendo uma espécie de síntese de sua carreira de 22 anos. Garoto prodígio que começou no instrumento lá pelos 15 anos, ele foi se firmando como acompanhante, produtor e compositor em várias praias diferentes, com igual felicidade no desempenho e nas escolhas.

Edu Lobo, Milton Nascimento, Eumir Deodato, João Donato e Marcos Valle foram alguns astros de primeira grandeza que contaram com seus trabalhos. Na linha intermediária de fama e idade, ele colaborou com Adriana Calcanhotto, Ed Motta, Cássia Eller, Marcelo Camelo, Carlinhos Brown, Vanessa da Matta e outros tantos. Da nova geração, além da parceria mais constante com Kassin, Domenico e Moreno Veloso, está no currículo de Jonas Sá, Toro, Zabelê e vários talentos que compõem a diversidade da música brasileira atual

Com 11 faixas cuidadosamente produzidas por ele e Kassin, entre canções e faixas instrumentais, Continentino consegue mesclar uma agilidade e fluência que remetem a Marcos Valle ou Donato, com ares de quem ouviu jazz moderno, do drum’n’ bass de primeira hora a bandas desencanadas como Incognito e Stereolab, sem abrir mão de melodias bem-estruturadas, harmonias consistentes e cuidadosa escolha de timbres.

Apesar de não ser exatamente um grande cantor, usa bem o recurso de dividir vocais com a mulher, Vivian Biboh Miller, e mescla romantismo, toques praticamente infantis (colaborou com o projeto Adriana Partimpim e fez o CD enquanto a mulher esperava o primeiro filho) e um clima de verão que foge de clichês e truques de parecer mais fácil do que efetivamente é.

Contando com participações preciosas, como as do tio Léo Gandelman e do baterista Stehan San Juan (de quem gravou a faixa-título do ótimo disco 'System de son', aqui traduzido para Sistema de som), ele se armou de uma banda com Kassin, Guilherme Monteiro, Domenico, Donatinho e Arthur Dutra, entre outros jovens experientes no auge da forma, e fez um dos discos mais coloridos do ano, daqueles que vale a pena ouvir várias vezes para prestar atenção aos detalhes. Agora é esperar o segundo, em fase final de gestação.

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