Titãs se apresentam nesta sexta em BH

Grupo paulistano traz à capital show com hits do novo CD

por Eduardo Tristão Girão 19/06/2015 09:23

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Marcos Hermes/Divulgação
Titãs entram nos trilhos novamente comum rock poderoso (foto: Marcos Hermes/Divulgação )
A garotada pode não concordar, mas os paulistanos dos Titãs foram a melhor atração de festival que reuniu em BH, no ano passado, Nação Zumbi e os gringos do Linkin Park e Panic! at the Disco. Som pesado, letras incisivas e, para completar, todos os integrantes tocando mascarados o repertório do disco então recém-lançado 'Nheengatu'. De volta à capital mineira para show no Music Hall, hoje à noite, não prometem o mesmo figurino, mas garantem algumas das novas canções que ajudaram a renovar o fôlego do grupo.


Entre os novos hits, 'Fardado', 'Cadáver', 'República dos bananas' e 'Chegada ao Brasil (Terra à vista)' dão boa mostra do caminho estético que o Paulo Miklos, Branco Mello, Sérgio Britto e Tony Bellotto escolheram para o álbum, lançado em maio do ano passado. No mais, o quarteto pinçará músicas de várias fases da carreira da banda, sem deixar de fora clássicos como 'Sonífera ilha' e 'Cabeça dinossauro'. “Será um show para o fã se divertir”, resume Bellotto. O que não muda o foco dos Titãs daqui em diante, garante.

“O rock brasileiro se tornou uma coisa meio diluída, como se tivesse perdido a força”, filosofa Bellotto. “O discurso mais questionador migrou para o rap e o rock virou um gênero a mais, disputando em desvantagem com sertanejo e pagode. A contundência no discurso ficou faltando. Fizemos um disco pesado, com temas diferentes e que não são abordados, como pedofilia e homofobia. A MPB não fala disso. O rock é um estilo de vida, uma forma de pensar. Acho que continuaremos criando nessa onda que redescobrimos com 'Nheengatu'.”

Garagem Bellotto acrescenta que a formação atual da banda também contribuiu decisivamente para que o som se tornasse o que é. Miklos assumiu a guitarra e Mello o baixo, ambos sem abandonar os vocais. Sem Charles Gavin na bateria (Mário Fabre o substituiu como músico de apoio em 2010), os Titãs “encolheram” ainda mais e viraram quarteto. Na opinião dele, tudo isso apontou para o que chama de “vocação para banda de garagem, conceito mais punk”.

“Vínhamos percebendo essa tendência desde a turnê comemorativa do disco 'Cabeça dinossauro', em 2012”, continua Bellotto. “Isso não quer dizer que não toquemos músicas como 'Epitáfio', 'Pra dizer adeus', 'Go back' e 'Marvin', mas fazemos isso dessa forma atual, com essa banda bem junta e coesa. A grande coisa de 'Nheengatu' foi isso. Essa formação e esse tipo de música, esse rock mais pesado, marcaram a personalidade da banda desde 'Cabeça dinossauro'.”

Enquanto não iniciam a produção do próximo disco de inéditas, os Titãs se preparam para lançar o DVD Nheengatu, gravado ao vivo. O quarteto decidiu mesclar as novas composições e algumas antigas que não andavam sendo tocadas, como Desordem, Massacre, Jesus não tem dentes no país dos banguelas. E mascarados.

Titãs
Sexta, às 22h, no Music Hall (Avenida do Contorno, 3.239, Santa Efigênia). Ingressos: R$ 45 (pista; meia-entrada), R$ 90 (pista; inteira), R$ 65 (inteira solidária; concedida a quem doar 1kg de alimento no local) e R$ 120 (camarote com open bar). Informações: (31) 3461-4000.

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