Adolescentes se aventuram em empresas na indústria fonográfica

Aos 16 anos, Jarrett Koral é, atualmente, proprietário do próprio selo de discos independentes

por Samir Mendes 20/05/2015 11:40

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Arquivo Pessoal
(foto: Arquivo Pessoal)
As preocupações de um adolescente de 14 anos geralmente se restringem a videogames, esportes e às primeiras namoradinhas. No entanto, um jovem norte-americano decidiu, há cerca de dois anos, desafiar as expectativas da idade e montar o seu próprio negócio. Nascido em St. Claire Shores, em Detroit, Jarrett Koral é, atualmente, proprietário do próprio selo de discos independentes, o Jett Plastic Recordings.


“Eu sabia da existência de algumas bandas que ninguém mais conhecia e, devido a meu amor pela música, eu queria ajudar esse grupos a ganhar mais exposição e encontrar um público”, ele explicou em entrevista exclusiva para o Correio. O sonho de ajudar as bandas de que gostava começou a se tornar realidade quando ele vendeu os próprios discos e conseguiu levantar cerca de US$ 2 mil, o preço aproximado para fazer a prensagem de um álbum nos Estados Unidos.


Oficialmente, o Jett Plastic Recordings é presidido pela mãe de Jett, Noelle, devido à idade do rapaz (ele tem, atualmente, 16 anos). Mesmo tão jovem e tendo que cuidar de toda a burocracia envolvida no dia a dia de uma empresa, ele afirma ainda dispor de tempo de viver a vida esperada de um adolescente. “Quando você dirige um selo, passa muito tempo esperando coisas acontecerem, como prensagem, aprovação de arte, etc., então nesses intervalos, aproveito e me dedico à escola e encontro os amigos. A maioria deles, por sinal, não sabia do meu projeto, e quando a mídia começou a cobrir o meu trabalho, foi hilário ver a reação deles”, recorda-se.
Maturidade

Mesmo com tão pouco tempo à frente de um selo independente, Jarrett já representa artistas de destaque na cena alternativa, como o conterrâneo Kenny Tudrick, ex-guitarrista de Kid Rock, além de trabalhar com a banda Pizza Underground, que tem em sua formação Macaulay Culkin, o eterno Kevin, de Esqueceram de mim. “Eles (Pizza Underground) foram extremamente cooperativos durante todo o processo. Com ajuda de uma fábrica, em Nashville, chamada United Record Pressing, o disco foi lançado em lojas do mundo todo. Nós conseguimos fazer algumas coisas especiais como lançar o vinil com o desenho de uma pizza e ingressos parecidos com uma borda de pizza contendo prêmios secretos, autógrafos, etc”, explica.


Além da visão empreendedora, o sucesso precoce também pode ser explicado pela maturidade e firmeza que Jarrett demonstra ao falar sobre o estágio atual da indústria da música. “Quando você comanda um selo independente, tem um relacionamento mais direto com os músicos. Selos maiores não podem se dar ao luxo de trabalhar nessa escala mais pessoal. Eu posso acompanhar cada etapa do processo — da arte da capa até a cor do vinil —, para garantir que o resultado final é aquele que a banda realmente queria”.


Apesar da pouca idade, Jarrett demonstra saudosismo ao explicar porque ele acredita que suportes físicos para a música, como CDs e vinis, resistirão às avassaladoras novidades tecnológicas que aparecem diariamente. “Embora sites de streaming como Spotify e Tidal estejam em evidência, eu acredito que sempre haverá o desejo de segurar um CD e folhear o encarte, admirar uma bela capa e ouvir aquela agulha deslizando no vinil. O que acho positivo nessas novidades tecnológicas é que os músicos voltam a estar em destaque com a possibilidade de controlar suas carreiras e serem pagos pelo trabalho duro”, finaliza.

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