Jornalista do EM relembra shows de B.B. King em BH, em 1986 e 1995

Músico exibiu fartas doses de talento, humor e irreverência para um público atento e fascinado

por Álvaro Fraga 16/05/2015 11:00

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Beto Novaes/EM/D.A Press - 14/7/86
B.B. King se apresenta no Palácio das Artes, em 1986 (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press - 14/7/86)
B.B. King se apresentou no Brasil várias vezes, e o público de Belo Horizonte teve a oportunidade de vê-lo em duas ocasiões: em 14 de julho de 1986, no Grande Teatro do Palácio das Artes, e em 21 de novembro de 1995, no Minascentro. Tive o privilégio de assistir aos dois shows. A primeira apresentação, em 1986, por todas as circunstâncias que a cercaram, foi a mais marcante. Na época, a presença de grandes nomes da música internacional no Brasil era coisa rara. A primeira passagem de B.B. King em terras tupiniquins rendeu capas de jornais e revistas de circulação nacional, entrevistas disputadíssimas e uma legião de fãs disputando ferozmente os ingressos. Em BH não foi diferente.

No Palácio das Artes, desde o momento em que o locutor pronunciou, com voz impostada, a frase “ladies and gentlemen, mister B.B. King”, abrindo o show, até o indefectível bis, o Rei do Blues exibiu talento, humor e irreverência em doses de extrema generosidade. Os solos de guitarra, invariavelmente acompanhados do balançar da cabeça, as brincadeiras com o público e com os demais músicos da banda e o prazer de tocar para uma plateia atenta e fascinada marcaram as quase duas horas de espetáculo. A apoteose da plateia veio quando o bluesman tocou Lucille, a música homônima à sua guitarra. No fim, no hall de entrada do Palácio das Artes, a conversa nas muitas rodinhas de fãs que se formaram podia ser resumida em poucas palavras: “genial, extraordinário”, fantástico”.

Nove anos depois, no Minascentro, os problemas de acústica do auditório causaram certo desconforto em algumas pessoas do público, mas King não se perturbou. A magia de sua guitarra, como ao longo dos seus 70 anos de carreira, manteve-se intacta e fascinante. É por isso que digo, com orgulho: “Meninos e meninas, eu vi e ouvi B.B. King por duas vezes”.

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