Madeleine Peyroux faz única apresentação neste domingo no Palácio das Artes

Show terá repertório que privilegia maiores sucessos da cantora norte-americana

por Mariana Peixoto 15/05/2015 12:27

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Rocky Schenck/Divulgação
(foto: Rocky Schenck/Divulgação)
Lançada em outubro, 'Keep me in your heart for a while' é a primeira compilação de Madeleine Peyroux. Em 15 faixas – apenas uma delas nunca registrada em disco, 'Keep me in your heart' – o álbum coloca em perspectiva o trabalho da cantora.

Quase 20 anos atrás, Madeleine foi apresentada como uma aprendiz de Billie Holiday. Ao longo do período – e com uma discografia que soma sete discos – se firmou como uma sofisticada cantora de música popular e também compositora.
Velha conhecida dos mineiros, retorna para única apresentação domingo, no Palácio das Artes, acompanhada de um duo de baixo e guitarra.

O clima “best of” vai nortear o repertório. Pode-se esperar, por exemplo, 'Between the bars' (Elliot Smith), uma das gravações mais conhecidas de Madeleine, bem como alguma canção de Leonard Cohen e Bob Dylan, sempre presentes em seus discos.
Em fase de preparação de repertório de um novo álbum, ela comenta que também vai interpretar alguma inédita. “Se o Brasil gostar delas, talvez eu grave”, comenta.

Madeleine é do Sul dos EUA (nasceu na Geórgia), viveu na Califórnia mas virou cantora nas ruas de Paris. Começou aos 15 anos, um ano depois entrou numa banda, mais tarde abandonou o colégio. Entre idas e vindas, cantou na rua até os 22 anos, quando lançou 'Dreamland' (1996), seu álbum de estreia.

“Não teria me tornado cantora não fosse a rua. Em Paris, as pessoas nos tratavam com respeito, davam algum dinheiro, principalmente os turistas. Viajamos por boa parte da Europa. Lembro-me que na Alemanha o dono de um restaurante nos convidou para cantar e depois para passar a noite na casa dele. Tive um pouco de medo daquilo, mas eram pessoas ótimas, que entendem a cultura da rua, que é o lugar mais livre que um artista pode ter”, afirma.

Outra questão obrigatória quando se fala em Madeleine é a comparação com Billie Holiday. Para ela, isto é um elogio e tanto, mas a cantora mantém os pés no chão. “Claro que adoro, acho delicado quando dizem como isto é legal. Eu sei que 'roubei' uma série de coisas dela. Mas a verdade é a seguinte: se você quer ouvir Billie Holiday, por favor, ouça Billie Holiday, não a mim.”

Lady Day, para Madeleine, é mais uma referência em um outro sentido. “Ao longo da minha carreira, gravei mais canções dos outros do que as minhas próprias. Quando escolhi gravar Bird on the wire (Leonard Cohen), tive muito comprometimento. Mas essa é a minha versão, não necessariamente a melhor. O mais importante é que essa é a maneira que uma mulher a interpreta. Uma mulher tem sempre uma interpretação diferente da de um homem, e é por isso que Billie Holiday mudou minha vida. Ela teve controle em tudo o que quis dizer na música”, conclui Madeleine, que espera, para um futuro próximo, se envolver com a obra de outra das grandes: Joni Mitchell.

EM MINAS
São muitas as lembranças de Madeleine Peyroux em Minas Gerais. De Ouro Preto, ela se recorda da edição de 2009 do Tudo é jazz, em que foi uma das intérpretes de um tributo a Billie Holiday. “Músicos de jazz tratados como rock stars. Eu, Ron Carter, Bucky Pizzarelli, entre outros, deixamos o hotel e fomos caminhando para o palco. As pessoas tiveram que abrir caminho para nós. Elas gritavam, o que foi incrível.” Já de BH, as lembranças são mais difusas. “Estava num bar de cachaça, dançando abraçada com um homem que não conhecia. Aí ele me disse: 'Eu te amo”'. Respondi: 'Eu também.” Aí ele completou: 'Você sabe que sou gay, né?!' Retruquei:'Também amo isso!'”

MADELEINE PEYROUX
Show domingo, às 20h, no Palácio das Artes, Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro, (31) 3236-7400. Ingressos: Plateias 1 e 2 – R$ 160 e R$ 80 (meia); Plateia 3 – R$ 120 e R$ 60 (meia); Balcão – R$ 50 (preço único).

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