Bixiga 70 desembarca em BH

Banda paulistana faz show hoje com músicas de seu terceiro álbum, composto a partir de experimentações em estúdio e com influências de visita a Marrocos

por Mariana Peixoto 25/04/2015 08:25

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

RECOMENDAR PARA:

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

CORREÇÃO:

Preencha todos os campos.
Leco de Souza/Divulgação
Os 10 integrantes da banda Bixiga 70, cujo nome faz referência ao endereço paulistano onde o grupo se formou e que abriga seu estúdio (foto: Leco de Souza/Divulgação )

O Baixo está longe de ser grande. Pois hoje, promete ferver. O combo paulistano Bixiga 70, de “apenas” 10 instrumentistas, aporta no espaço cultural do Centro para lançar seu terceiro álbum, homônimo, recém-saído do forno.

“Tocar, para a gente, é curtir. Gostamos de todos os tipos de palco”, diz o tecladista e guitarrista Maurício leury. Criada há cinco anos, a banda tirou seu nome do estúdio de onde surgiu, na Rua Treze de Maio, número 70, no coração do Bixiga, em São Paulo.

Hoje com o nome de Traquitana, o estúdio funcionou, nos anos 1970, como o Teleco Teco na Paróquia. “Era um bar de samba gerido por músicos. Reza a lenda que Stevie Wonder e Sarah Vaughan, depois de fazer show, teriam dado canja lá”, conta Fleury.

O estúdio, que foi o ponto de partida do encontro do grupo, também teve papel essencial para a gravação do novo disco. “O processo de composição foi bem inédito. Nós nos reunimos oito, dez horas por dia, para testar ideias. A gente gravava tudo e depois filtrava. Tanto que gravamos bem mais do que as nove músicas do disco”, diz ele, que calcula que, do encontro no estúdio, o Bixiga tenha chega a até 30 novas composições.

O registro foi todo gravado ao vivo, com os dez instrumentistas tocando juntos. “(Ao longo do tempo) A gente foi aprendendo a ouvir mais o outro. Tanto que este trabalho acabou abrindo caminho para novas influências.”

GÊNERO O Bixiga 70 não se prende a um gênero. Como uma big band dançante, o coletivo engloba música afrobrasileira, jazz, funk, dub, reggae, entre outros gêneros. Esse caldeirão tem forte recepção também no exterior, principalmente na Europa.

No ano passado, além do continente europeu, o Bixiga foi para o Marrocos, onde se apresentou num festival de rua na capital, Rabat. A experiência em território africano acabou sendo levada para o disco.

“Fizemos uma oficina com os músicos de lá. A ideia era mostrar um pouco do trabalho da música afrobrasileira, mas acabamos aprendendo mais do que ensinando”, diz Fleury. A tradicional música gnawa, da região do Magrebe, foi um dos maiores aprendizados dos paulistanos.

“Ali deu para entender como é a música oriental. Sua divisão notal é diferente, as notas são subdivididas em muito mais notas do que a gente conhece no Ocidente.” A experiência marroquinha chegou ao novo álbum com a música Lembe, em que um instrumento de percussão típico da região dialoga com a latina cumbia.

MAIS SOBRE MÚSICA