Dead Fish fala sobre carreira, hardcore e indústria da música

Grupo capixaba faz show em Belo Horizonte neste sábado

por Mariana Peixoto 17/04/2015 09:00

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ORELHA/DIVULGAÇÃO
Nascida no Espírito Santo, banda comemora 24 anos de vida comnovo álbum (foto: ORELHA/DIVULGAÇÃO)
Vinte e quatro anos depois, a banda capixaba Dead Fish só tem a comemorar. Sobreviveu à passagem do tempo, que diz muito para um grupo de hardcore; às mudanças na indústria da música; e, principalmente, à vida na estrada.

É com 'Vitória', seu sétimo álbum, que o quarteto retorna a Belo Horizonte. É a principal atração do Burning London Fest, que vai reunir outras cinco bandas amanhã, no Granfino’s. O show de lançamento vai trazer no repertório boa parte das faixas de 'Vitória', disco viabilizado por financiamento coletivo. A Dead Fish arrecadou R$ 260 mil para a gravação, batendo recorde do site colaborativo Catarse – sendo que havia pedido R$ 60 mil.

A arrecadação foi possível graças a 3.210 fãs, que contribuíram com o projeto que acaba dialogando com o início da carreira do grupo. Depois de um período sob as asas de uma gravadora – DeckDisc, que lançou seus três álbuns anteriores –, o Dead Fish voltou a andar com os próprios pés. E, pelo jeito, não tem nada a reclamar.

BURNING LONDON FEST
Com Dead Fish (ES), Sport (FRA), Better Leave Town (PR), Running Like Lions (SP), Rallye (MG) e Kill Moves (MG). Amanhã, a partir das 19h, no Granfino’s, Avenida Brasil, 326, Santa Efigênia, (31) 3241-1482. Ingressos: R$ 50 a R$ 100.

Três perguntas para...

Rodrigo Lima, de 42 anos, vocalista do Dead Fish

 O Dead Fish sempre manteve uma postura de independência no cenário do hardcore. Mais de duas décadas depois de sua formação, o que hoje é diferente do início da carreira?
Chegamos num nível de entendimento do cenário brasileiro que não tínhamos há 15 anos, por exemplo. As coisas evoluíram muito em termos técnicos, divulgação e gravação, mas como acompanhamos o processo desde antes de essas “facilidades” surgirem, acho que temos know- how de poucos no meio da música independente. Também tivemos muita sorte de a banda ter continuado a ter tesão em estar na estrada e tocar, fora a renovação de público que ocorreu durante a carreira.

A vida de independente é mais fácil com o financiamento coletivo?
Se as pessoas souberem e entenderem seus tamanhos e pesos nesse mundo virtual, sim. Se não, nem tanto. É preciso fazer um projeto bem-elaborado e que chame a atenção. Não adianta tentar ser megalomaníaco que não funciona. É uma grande ferramenta, mas precisa ser bem usada.

A sonoridade da banda mudou ao longo de tanto tempo? O que 'Vitória' acrescenta na discografia do Dead Fish?
Olhando pelo retrovisor, vejo que nossa sonoridade mudou dentro dos parâmetros que a banda se propôs sempre a fazer: música rock rápida, com letras de postura questionadora. Um desses sintomas é que gosto mais dos últimos álbuns do que dos primeiros. O 'Vitória' é praticamente um álbum de uma “banda nova”. É a primeira gravação do Marcão (bateria) desde que ele entrou, em 2009, e também a primeira do Ricardo Mastria (guitarra). Gosto da forma musical que eles deram ao álbum e gosto também da forma como foi produzido e escrito.

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