Após música sobre 'revenge porn', dupla Max e Mariano some da internet

Repercussão da faixa 'Eu vou jogar na internet' fez sertanejos deletarem site oficial e todos os perfis em redes sociais

por Bossuet Alvim 07/04/2015 20:33

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Youtube/Reprodução
Sem vestígios: Max e Mariano ganharam projeção nacional graças à faixa polêmica, mas repercussão negativa superou - de longe - os comentários de fãs e admiradores (foto: Youtube/Reprodução)
Para a dupla sertaneja Max e Mariano, os efêmeros 15 minutos de fama chegaram ao fim em poucas horas. O vídeo da canção 'Eu vou jogar na internet', que tornou os cantores conhecidos em todo o país, foi deletado nesta terça-feira, 7, uma semana após o lançamento. A canção já era alvo de críticas desde a primeira divulgação, ainda sem clipe, no dia 15 de março. Na letra, os artistas fazem apologia ao "revenge porn", expressão em inglês que define o ato de publicar imagens íntimas como forma de vingança. No Brasil, a prática popularizou-se como "caiu na net".

"Eu vou jogar na internet/ Nem que você me processe/ Eu quero ver a sua cara quando alguém te mostrar/ Quero ver você dizer que não me conhece", cantam os goianos. O repúdio à faixa ganhou redes sociais e levou à retirada do material do Youtube. Além do clipe deletado, todos os canais oficiais de Max e Mariano na internet — página do Facebook, canal de vídeos e site oficial — foram tirados do ar até o início da noite desta terça.

Facebook/Reprodução
Canção foi publicada em 15 de março e ganhou atenção após lançamento do clipe, no último dia 1º (foto: Facebook/Reprodução)
O vídeo de 'Eu vou jogar na internet' ganhou maior exposição graças à página da dupla no Facebook. O caso atingiu um ápice de popularidade sete dias após a publicação do vídeo, quando o número de comentários negativos sobre a produção soterrou o apoio de admiradores da dupla pela rede social. "O fim de uma carreira que não começou", profetizou um internauta no perfil dos cantores. "Mulheres se suicidam por causa disso", alertou outro. Uma mulher apontou que "isso é apologia ao crime", enquanto outra usuária aconselhou: "tirem esse vídeo do ar, antes que fique mal para suas carreiras".


Entre as muitas personalidades que manifestaram repúdio à canção e ao clipe, o senador pelo Rio de Janeiro e ex-jogador Romário foi dos que propuseram uma campanha de denúncia. "Isso não é brincadeira. As consequências para as vítimas são gravíssimas. A integridade física, moral e psicológica das vítimas são abaladas depois de terem a vida íntima exposta desta forma", observou o político, que é autor de projeto de lei que tipifica o "revenge porn" como crime, com até três anos de detenção e indenização à vítima. Atualmente, a prática pode ser punida pela  lei 12.737/2012, conhecida como Lei Carolina Dieckmann, que prevê reclusão de até cinco anos — mas costuma ser aplicada de forma mais branda, como o pagamento de multa.

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