Cantora francesa encerra hoje miniturnê de segunda vinda ao Brasil

Zaz diz que faz show para recarregar as baterias ao lado de quem quer ficar mais forte para enfrentar os derrotistas

por Silvana Arantes 28/03/2015 12:02

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Yann Orhan/Divulgação
A francesa Zaz, que faz show hoje à noite em BH (foto: Yann Orhan/Divulgação )
Ela escolheu uma música do passado (a chanson française) para dar ritmo e poesia a um presente que pretende ajudar a mudar – para melhor.

A cantora francesa Zaz encerra hoje em Belo Horizonte a miniturnê de sua segunda vinda ao Brasil (já se apresentou em São Paulo, no Rio de Janeiro, Curitiba e em Porto Alegre) com um show-convite: “Vamos fazer a festa e nos dar energia para ficar mais fortes e mais vivos para enfrentar quem defende a morte. Vamos recarregar as baterias”, diz.

O show tem por base seu terceiro e mais recente álbum, Paris, no qual contou com Charles Aznavour, “esse monumento da canção francesa”, dividindo os vocais e com a assinatura de Quincy Jones na produção.

Atrair essas grifes para a parceria com uma artista de 34 anos ainda não tão famosa não foi difícil, segundo ela. “Todo mundo ficou espantado, mas tudo ocorreu muito naturalmente. Eu pedi, ele disseram ‘sim’. Tivemos muito prazer de trabalhar juntos, foi um disco feito com muito entusiasmo.”

Admiradora da “natureza, da língua, da extraordinária cultura da música e da dança” do Brasil, Zaz diz que aceita convites para voltar ao país por uma só razão: “Sua gente!”, da qual não sabe bem por que gosta tanto. “É como quando estamos apaixonados. Não sabemos explicar o porquê.”

Ativista de uma mudança social proposta por pessoas “engajadas e que respeitam a vida” (na França, ela pertence à associação Colibris), Zaz diz acreditar que, “mesmo em pequena escala, cada um pode fazer algo para mudar o estado das coisas. É preciso agir com os meios que temos”.

Em suas viagens pelo mundo, a cantora procura “encontrar pessoas que também trabalhem para a construção dessa nova sociedade”, com quem possa “dividir as ideias e as ações” que a Colibris vem desenvolvendo na França.

CRÍTICAS Zaz foi alvo de intensas críticas em seu país ao declarar, durante a divulgação do novo álbum, que havia “uma leveza” no panorama artístico francês durante a ocupação pela Alemanha nazista.

“Quando damos entrevistas, os jornalistas nos fazem dizer coisas e depois tiram as frases do contexto. Pegam uma frase ao pé da letra, sem situar com o pensamento que veio antes e depois dela”, diz.

A afirmação sobre a “leveza”, ela pontua, foi feita em comparação com as circunstâncias atuais. “Vivemos num ‘cada um por si’ e temos a impressão de que há guerra em toda parte. Mas, sem ser inocente, há gente tentando fazer coisas diferentes, inventar um outro mundo. Não sou fatalista, estou viva. Preciso continuar acreditando na humanidade. Naquela época era parecido. Era o inferno, mas as pessoas precisavam viver e encontrar algo alegre no meio daquilo.”


ZAZ
Show de lançamento do álbum Paris. Hoje, às 21h, no Music Hall (Avenida do Contorno, 3.239,
Santa Efigênia.) Classificação: 16 anos. Ingressos: de R$ 55 a R$ 195. Venda on-line: www.sympla.com.br

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