Dolores Duran ganha homenagem de Max Robert e Marcê Porena

Espetáculo entra em cartaz no Sesc Palladium neste fim de semana

por Ailton Magioli 13/03/2015 08:00

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Claudia Ribeiro/Divulgação
(foto: Claudia Ribeiro/Divulgação)
Difícil não se envolver e não se comover com a música de Dolores Duran (1930-1959), a autora-intérprete de sucessos como 'A noite do meu bem', 'Fim de caso' e 'Solidão', entre outros. Que o diga a cantora Marcê Porena, que, acompanhada de Max Robert (violão, vocal e instrumentos virtuais), apresenta sábado e domingo à noite, no Teatro de Bolso Julio Mackenzie do Sesc Palladium, o show 'Por causa de você'. Em cartaz desde 2009, originalmente em companhia de um piano para facilitar as viagens, a intérprete mineira, de Cataguases, na Zona da Mata, adotou o violão para a turnê do show, ao lado do paulista Max. Radicados no Rio, a terra de Dolores, onde estrearam o show, os dois anunciam para breve a gravação ao vivo de um EP, através do qual naturalmente pretendem chegar ao disco.

“O que mais chama a atenção em Dolores é a poesia, a força dela na palavra”, acredita Marcê, destacando a delicadeza da artista, morta prematuramente, aos 29 anos, em plenos anos 1950. Não por acaso, portanto, a cantora aproveita para declamar letras de Dolores Duran, paralelamente ao canto. Rotulada de rainha da fossa e da dor de cotovelo, como faz questão de lembrar Marcê Porena, Dolores Duran se destacou, principalmente, cantando o amor, atraindo a atenção de parceiros como Tom Jobim, com quem fez 'Estrada do sol' e 'Por causa de você', com a qual ela batiza o show. Então em voga, o samba canção foi o gênero preferido por Dolores para cantar as dores de amor, ainda que ela tivesse se exercitado, musicalmente, através de outros ritmos.

“É inacreditável como ela cria caminhos melódicos”, elogia Max Robert, fã também da porção poética da cantora-compositora carioca. Segundo diz, o maior parceiro de Dolores foi Ribamar (1919-1987), com quem Dolores fez 'Pela rua', 'Quem sou eu', 'Ideias erradas', 'Se eu tiver' e 'Ternura antiga', a última uma parceria póstuma, feita sob versos da artista que acabara de morrer. Além de parceiro, Ribamar também chegou a acompanhar Dolores ao piano. No show, a dupla apresenta 14 composições da artista carioca, além de algumas declamadas. Inicialmente, de acordo com o violonista, a ideia era mostrar ao público apenas a Dolores autora. “Como fomos nos deparando com canções de uma riqueza incrível, resolvemos resgatar a carreira da intérprete também. Dolores foi acima de tudo uma grande cantora, mas a compositora é maravilhosa”, reconhece o violonista paulista.

PERCUSSÃO De acordo com Max, no show ele usará instrumentos como piano, harpa, sax, flauta e outros violões pré-gravados. “Não há nada de percussão”, lembra Max, que diz ter programado os instrumentos de acordo com a respiração de Marcê Porena. “É uma cantora muito afinada, cuja musicalidade vem da família”, justifica. Além da família – a cantora paulista Izzy Gordon é sobrinha de Dolores, a dupla diz ter recorrido a publicações como 'Dolores Duran: A noite e as canções de uma mulher fascinante' (Record), de 2012. “Ouvindo Dolores, a gente percebe que além de afinada e rítmica, ela era suingada, com uma influência danada do jazz”, acrescenta Max Robert. Marcê, por sua vez, lembra ter ouvido Dolores desde a infância, sob influência da mãe, que gostava de MPB. “Interpretar a Dolores é um desafio, pois suas músicas mexem muito comigo, me deixam à flor da pele. Difícil não se envolver com a obra dela”, conclui.

MARCÊ PORENA E MAX ROBERT  POR CAUSA DE VOCÊ
Sábado, 20h30, e domingo, 19h, no Teatro de Bolso Júlio Mackenzie, do Sesc Palladium, Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia). Informações: (31) 3214-5350.

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