Inezita Barroso chega aos 90 anos como grande dama da música caipira

Dona de repertório que valoriza folclórico e popular, intérprete paulista está há décadas à frente do 'Viola, minha viola' na TV

por Fernanda Machado Agência Estado 04/03/2015 17:55

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Cleones Ribeiro/Divulgação
(foto: Cleones Ribeiro/Divulgação)
Arquivo EM/D.A Press (1966)
Inezita em 1966: mais de 6 décadas de violeira (foto: Arquivo EM/D.A Press (1966))
A grande dama da música caipira, Inezita Barroso completa 90 anos neste 4 de março. Reconhecida no meio artístico como uma das maiores incentivadoras do gênero, além de cantora é também apresentadora e há décadas está à frente do programa 'Viola, Minha Viola', da TV Cultura. Neste, ela recebe convidados que apresentam a música sertaneja de várias épocas.

De família quatrocentona, Ignez Magdalena Aranha de Lima nasceu em um domingo de carnaval, sendo embalada pelas marchinhas do Cordão Camisa Verde, que passava em frente à sua casa naquele momento.

Inezita cresceu entre a cidade e o campo, onde passava suas férias escolares. Essa variedade de cenários se refletia nas diferentes experiências musicais às quais era submetida. Nas temporadas longe da cidade grande, havia uma imersão na música caipira, que entrou na sua vida para não sair mais.

 

Já na casa do avô Filadelfo, escutava os discos de música clássica que ele tanto amava. Sem contar no bolero mexicano, paixão dela que seu pai alimentava comprando discões de 78 rotações de cantores mexicanos.

 

Relembre 'Moda da pinga', maior sucesso de Inezita:

 

Arquivo O Cruzeiro/EM/D.A Press
Fascínio por canções populares sempre guiou artista (foto: Arquivo O Cruzeiro/EM/D.A Press)
Em entrevista jornal O Estado de S.Paulo, em novembro de 2014, ela disse: "É uma coisa engraçada, porque todas as referências se misturavam mesmo. Não pensava em gêneros opostos, pensava em música. A clássica, a viola caipira, as modinhas, as serestas e até os mexicanos".

Para ela, sua música acabou por refletir uma diversidade de influências, mas fez escolhas. "Cantei apenas música popular brasileira. Tanto aquela pura do folclore, também aquelas populares baseadas nas lendas folclóricas e ainda as apenas populares, feitas por ótimos compositores. Ouvir e conhecer música assim diferente foi essencial para escolher o que e como fazer a minha obra."

Ela foi a primeira cantora a gravar a música 'Ronda', clássico da fossa de Paulo Vanzolini. Mas no seu repertório nunca deixa de constar a célebre 'Moda da pinga', de Ochelsis Laureano e Raul Torres. E, em novembro de 2014, foi eleita para a Academia Paulista de Letras.

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